Fortaleza – CE | sexta-feira 7 de fevereiro de 2025 / 10:00

Escalada da Selic deixa o financiamento imobiliário 20% mais caro

As consecutivas altas da Selic já encarecem em 20% o valor do financiamento imobiliário de quem se prepara para pegar o crédito no banco. A elevação da taxa básica de juros afeta todos os novos financiamentos de imóveis. Segundo simulações

As consecutivas altas da Selic já encarecem em 20% o valor do financiamento imobiliário de quem se prepara para pegar o crédito no banco. A elevação da taxa básica de juros afeta todos os novos financiamentos de imóveis.

Segundo simulações feitas pela Anefac (Associação Nacional de Executivos), o financiamento de R$ 650 mil para a compra de um imóvel está custando mais de R$ 1,5 milhão.

Já a renda média exigida para dar entrada em um financiamento de R$ 450 mil passou de R$ 13 mil, no ano passado, para R$ 16 mil.

Os cálculos foram feitos considerando o SFH (Sistema Financeiro de Habitação), pelo qual o comprador consegue crédito de até 80% do valor total do imóvel para pagar em até 35 anos em parcelas que não podem passar de 30% da renda.

Utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação, a taxa básica de juros saiu de 2% em janeiro de 2021, está em 13,25% e deve subir novamente em agosto. Além de servir de referência para a cobrança de juros e encargos no financiamento, a Selic também impacta nas faixas de renda para contratação do crédito.

Quando a Selic estava em 2% ao ano, os bancos cobravam uma taxa de juros de 7% ao ano nos financiamentos habitacionais. Esta taxa agora está entre 8% e 10%, e os bancos ainda não a reajustaram com a nova Selic, segundo informou a Anefac. A expectativa é que a última alta da Selic só seja repassada aos financiamentos imobiliários no segundo semestre.

“Em muitos casos, quem se planejou para comprar a casa própria considerando as taxas antigas não vai conseguir arcar com o financiamento ou não atingirá a renda mínima exigida”, diz Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário.

Tapai recomenda refazer os cálculos do financiamento antes de ter correr o risco de ficar inadimplente. “Se for preciso desfazer o negócio, o melhor é repassar o imóvel”, diz.

“Se tiver que optar pelo distrato com a construtora, pelo contrato, o comprador terá que abrir mão de 50% do valor já pago mais uma taxa de corretagem. Para reduzir a multa, pode entrar com ação judicial”, afirma o advogado.

Fonte: Folha de S. Paulo

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