Fortaleza – CE | sábado 28 de junho de 2025 / 17:46

Inflação do aluguel tem maior queda em um ano e índice recua 1,67% em junho

IGP-M acumula alta de 4,39% em 12 meses, menor patamar desde agosto de 2024; recuo foi puxado por alimentos e produtos agropecuários

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido popularmente como inflação do aluguel, registrou uma deflação de 1,67% em junho de 2025, após já ter recuado 0,49% em maio. Trata-se da maior queda mensal desde junho de 2023, quando o índice havia caído 1,93%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).

Com o resultado, o IGP-M acumulado em 12 meses caiu para 4,39%, o nível mais baixo desde agosto de 2024, quando marcou 4,26%. Em março deste ano, o índice ainda estava em 8,58%, demonstrando uma tendência clara de desaceleração da inflação.

Evolução do IGP-M acumulado nos últimos meses:

  • Março/25: 8,58%

  • Abril/25: 8,50%

  • Maio/25: 7,02%

  • Junho/25: 4,39%

IPA lidera o recuo com queda nos preços agropecuários

O IGP-M é composto por três índices. O principal deles, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% da composição do IGP-M, teve forte influência negativa no resultado de junho. O destaque foi o segmento de produtos agropecuários, que registrou queda de 4,48%.

Entre os itens com maiores quedas no IPA estão:

  • Milho em grão: -16,93%

  • Café em grão: -11,01%

  • Minério de ferro: -4,96%

Esses itens ajudaram a reduzir os custos para os produtores, refletindo-se no índice geral.

Alimentos no varejo também pressionam para baixo

Outro componente importante do IGP-M é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% da composição. O IPC teve queda de 0,19% em junho, influenciado principalmente pela deflação no grupo de alimentação, único entre os oito pesquisados a apresentar recuo de preços.

Itens que mais caíram no mês:

  • Ovos: -7,60%

  • Tomate: -7,20%

  • Mamão papaya: -11,28%

  • Arroz: -3,78%

Segundo o economista Matheus Dias, do FGV Ibre, a safra recorde no campo está impactando diretamente a oferta e derrubando os preços ao consumidor:

“O avanço das safras alimenta expectativas de maior oferta, o que pressiona os preços para baixo tanto no atacado quanto no varejo”, explicou.

Construção civil pressiona com mão de obra mais cara

O único dos três componentes do IGP-M a registrar alta em junho foi o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que subiu 0,96%. O principal fator foi o aumento nos custos de mão de obra, que cresceram 2,12% devido a reajustes salariais.

Já o grupo de materiais, equipamentos e serviços apresentou variação positiva mais moderada, de 0,13%.

Efeitos sobre contratos e tarifas

O IGP-M é amplamente utilizado como indexador de reajustes em contratos de aluguel, tarifas públicas e outros serviços essenciais. Com a forte queda no índice acumulado, a expectativa é de que os reajustes contratuais fiquem mais baixos nos próximos meses, aliviando o bolso dos consumidores e inquilinos.

A trajetória de queda contínua pode refletir menor pressão inflacionária em diversos setores da economia, favorecendo o consumo e contribuindo para um cenário econômico mais estável no segundo semestre de 2025.

Fonte: Redação

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