O mercado imobiliário de Fortaleza vive um momento de expansão acelerada no segmento de loteamentos. No primeiro semestre de 2025, as vendas desse tipo de empreendimento registraram alta expressiva de 213% em relação ao mesmo período de 2024, movimentando R$ 101 milhões, segundo levantamento do Sinduscon-Ceará.
Foram comercializadas 245 unidades de loteamentos horizontais entre janeiro e junho, representando um salto de 150% frente às 98 unidades do mesmo período no ano anterior. O crescimento foi puxado, especialmente, pelo desempenho do primeiro trimestre, que registrou o maior volume de vendas desde 2023.
Além das vendas, os lançamentos também avançaram de forma significativa. Enquanto em 2024 não houve lançamento de loteamentos na Capital, em 2025 já foram lançadas 203 unidades, com um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 87 milhões. Os preços médios se comportaram de forma mista: os loteamentos fechados tiveram queda de 8% no primeiro trimestre, com valor médio de R$ 1.519/m², enquanto os condomínios de casas subiram 6%, atingindo R$ 7.671/m².
Fora da Capital, os demais municípios da Região Metropolitana de Fortaleza concentraram a maior parte dos negócios. Foram 3.385 unidades vendidas na RMF, com alta de 62% no semestre. O VGV total do segmento de loteamentos somou R$ 575 milhões — 76% acima do registrado em igual período de 2024.
Eusébio se destaca entre os municípios da região. Segundo Patriolino Dias de Sousa, presidente do Sinduscon-Ceará, o crescimento está atrelado ao grande número de lançamentos em áreas valorizadas como a CE-010 e o centro da cidade. Ele também ressalta o perfil diversificado dos compradores, desde famílias em busca do primeiro imóvel até a classe média, que vem ganhando espaço nesse mercado.
No total, Fortaleza registrou 5.460 unidades imobiliárias vendidas no semestre — crescimento de 29% sobre as 4.233 vendidas anteriormente. No padrão econômico, o VGV alcançou R$ 626,2 milhões, um aumento de 41%. Já em toda a Região Metropolitana, as vendas somaram R$ 3,65 bilhões.
O presidente do Sinduscon observa que o programa Minha Casa, Minha Vida tem sido um dos motores desse aquecimento. Para o segundo semestre, no entanto, ele aponta que a elevação da taxa de juros pode frear o ritmo em alguns segmentos, especialmente no mercado voltado à classe média.
