Fortaleza – CE | quarta-feira 23 de abril de 2025 / 20:38

CNI: Brasil fica em último lugar em ranking de competitividade industrial

Entidade comparou o Brasil com outros 17 países que competem no mercado internacional

O Brasil ocupou a última posição no ranking de competitividade industrial elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo avaliou 18 países com atuação relevante no mercado internacional, com base em oito fatores que influenciam o desempenho das empresas.

Os piores resultados do Brasil foram registrados nos indicadores de Ambiente Econômico, Desenvolvimento Humano e Trabalho, e Educação. Em todos esses quesitos, o país ficou na 18ª posição. Entre os fatores que contribuíram negativamente estão o elevado custo de financiamento e a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano.

Apesar do desempenho, a CNI considera a política industrial lançada pelo governo, a Nova Indústria Brasil (NIB), como um avanço relevante. Segundo Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, o programa prevê financiamentos de até R$ 507 bilhões até 2026 e pode impactar positivamente os indicadores nos próximos anos.

O ambiente tributário também influenciou negativamente o posicionamento do Brasil. A expectativa da CNI é de que a reforma tributária represente um avanço, desde que regulamentações não resultem em alíquotas elevadas.

O país também não figurou entre os melhores em nenhum dos macroindicadores avaliados. O desempenho mais positivo foi em Baixo Carbono e Recursos Naturais, ocupando a 12ª colocação, com destaque para o subfator de descarbonização, em que o Brasil ficou em 2º lugar. Já em economia circular, o desempenho foi inferior.

A atual edição do ranking da CNI passou por ajustes metodológicos, com a inclusão de países com perfis produtivos semelhantes ao brasileiro e presença nos mesmos mercados. A lista inclui Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Itália, Canadá, entre outros.

Apesar dos resultados, Silveira destacou a resiliência da indústria nacional, que consegue competir em mercados estratégicos mesmo diante de entraves internos.

Educação e Desenvolvimento Humano

No fator Desenvolvimento Humano e Trabalho, o Brasil novamente ficou em último lugar. A Coreia do Sul lidera esse indicador. Os subfatores considerados incluem Relações de Trabalho (16º lugar), Saúde e Segurança (15º lugar) e Diversidade, Equidade e Inclusão (17º lugar).

No sub-ranking de Educação, o Brasil também teve desempenho negativo, com destaque para a baixa adesão ao ensino técnico e a escassa formação em áreas de ciência e tecnologia. A Alemanha ficou na primeira posição deste quesito.

Segundo Ricardo Alban, presidente da CNI, a baixa qualidade da educação compromete a produtividade e o desenvolvimento sustentável. Ele aponta como desafios a recuperação de perdas provocadas pela pandemia e pela guerra, a redução do chamado “Custo Brasil” e o estímulo à inovação.

Outros Indicadores

Nos demais indicadores, o Brasil permaneceu abaixo da média:

  • Comércio e Integração Internacional: 14º lugar;
  • Infraestrutura: 15º lugar, com ênfase em deficiências em rodovias, ferrovias e portos;
  • Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Tecnologia: 15º lugar, com destaque no subfator de ciência e inovação (12º lugar);

Silveira ressalta que o Brasil possui ativos institucionais relevantes, como o Senai e as universidades federais, além de órgãos de fomento como a Finep, que contribuem para o avanço da inovação.

Ranking Geral de Competitividade Industrial (2023-2024)

  1. Países Baixos
  2. Estados Unidos
  3. Coreia do Sul
  4. Alemanha
  5. Reino Unido
  6. China
  7. Itália
  8. Canadá
  9. Espanha
  10. Turquia
  11. Rússia
  12. Índia
  13. México
  14. Chile
  15. Argentina
  16. Colômbia
  17. Peru
  18. Brasil
Fonte: Redação

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