A confiança dos empresários industriais voltou a cair em abril e atingiu o menor nível desde o auge da pandemia de Covid-19. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) passou de 49,2 pontos em março para 48 pontos em abril, marcando o patamar mais baixo desde julho de 2020.
O indicador acumula queda de 5,2 pontos nos últimos sete meses, com recuos em cinco deles. Segundo a CNI, desde o início de 2025, o setor industrial ainda não demonstrou sinais concretos de confiança.
Desaceleração econômica influencia cenário
Para Claudia Perdigão, especialista em Políticas e Indústria da CNI, a retração no indicador reflete o impacto de fatores como o enfraquecimento da atividade econômica e a valorização do dólar frente ao real. Ela afirma que a recuperação da confiança passa por avanços tanto no ambiente doméstico quanto no internacional.
“É necessário reduzir a pressão da política monetária, pois os juros elevados ainda travam o crescimento”, avalia a especialista. “Também é fundamental observar a estabilização do cenário global, que continua instável e afeta diretamente os planos de investimento do setor produtivo.”
Empresários avaliam piora nas condições atuais
O subíndice que mede as condições atuais da economia e das empresas, um dos componentes do Icei, caiu de 44 pontos para 42,7. A queda foi impulsionada principalmente pela percepção negativa em relação à situação econômica do país, embora a visão sobre o desempenho das próprias empresas também tenha sofrido deterioração.
Expectativas futuras permanecem positivas, mas em queda
Apesar do ambiente mais cauteloso, o Índice de Expectativas ainda se mantém acima da linha dos 50 pontos, indicando otimismo moderado. O subíndice recuou de 51,8 para 50,7 pontos, com a maior influência vindo das projeções menos favoráveis para a economia nacional. Já as expectativas em relação ao desempenho dos próprios negócios seguem em terreno positivo.