O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), avançou 0,1 ponto em setembro, alcançando 90,5 pontos. Apesar do resultado positivo, o indicador permanece abaixo da marca de 100 pontos, que divide otimismo e pessimismo. Na média móvel trimestral, houve queda de 2,1 pontos, para 91,9.
Segundo Stefano Pacini, economista do FGV IBRE, a leve alta interrompeu três meses de recuos, mas não elimina o quadro de fragilidade. “Os estoques continuam elevados e o pessimismo sobre os próximos meses ainda é disseminado”, avaliou.
O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,6 ponto, para 95,0, refletindo melhora momentânea nas avaliações sobre os negócios. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,5 ponto, para 86,1 — menor nível desde junho de 2020. Dentro desse componente, o indicador de produção prevista caiu 4,7 pontos, para 83,9, também o mais baixo desde o auge da pandemia.
O levantamento apontou ainda que o nível de estoques se manteve elevado, em 106,2 pontos, sinalizando dificuldade da indústria em escoar a produção. Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) permaneceu estável em 82,6%.
De acordo com Pacini, a combinação de juros altos no Brasil e incertezas externas tem limitado a confiança empresarial e reforça a cautela para os próximos meses. A sondagem foi realizada entre 1º e 23 de setembro, e a próxima divulgação está prevista para 29 de outubro.
