Fortaleza – CE | sexta-feira 9 de maio de 2025 / 13:07

Inflação da indústria cai 0,62% em março, segundo recuo mensal consecutivo

Alimentos, metalurgia e indústrias extrativas puxam queda do IPP, segundo dados do IBGE

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), indicador que mede a inflação da indústria, registrou queda de 0,62% em março, marcando o segundo recuo consecutivo após uma sequência de 12 meses de alta. Em fevereiro, a variação havia sido de -0,12%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do ano, o índice está em -0,59%. Já em 12 meses, houve desaceleração para 8,37%, contra alta de 0,35% registrada em março de 2024.

O IPP mede os preços praticados pelas indústrias “na porta de fábrica”, ou seja, sem a incidência de impostos ou frete. Em março de 2025, 10 das 24 atividades industriais analisadas apresentaram queda nos preços em relação ao mês anterior.

Influência dos alimentos e valorização do real

De acordo com Alexandre Brandão, gerente de análise do IBGE, o principal responsável pela queda foi o setor de alimentos, especialmente os produtos de carne bovina congelada. “O setor de alimentos vem influenciando negativamente o índice em todos os meses do primeiro trimestre”, afirmou.

Além disso, a valorização do real frente ao dólar — de 0,3% em março e de 5,7% no primeiro trimestre — contribuiu para a redução de preços em segmentos como alimentos e metalurgia.

No setor de alimentos, a variação média foi de -1,35%, com destaque para os seguintes grupos:

  • Abate e fabricação de produtos de carne: -3,27%
  • Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais: -3,91%
  • Moagem e produção de alimentos para animais: -2,61%

O setor respondeu por -0,34 ponto percentual (p.p.) da queda total do índice em março. Outros destaques foram:

  • Indústrias extrativas: -0,16 p.p.
  • Metalurgia: -0,13 p.p.
  • Refino de petróleo e biocombustíveis: -0,06 p.p.

Desempenho de outros setores

A atividade de indústrias extrativas apresentou a maior queda entre todos os setores analisados, com variação de -3,61% em março. No acumulado do ano, o recuo é de -8,26%, e em 12 meses, de -8,61%, sendo a única atividade com resultado negativo nesse período.

Segundo Brandão, a retração acompanha a tendência do mercado internacional, com queda nos preços do petróleo bruto e minérios de ferro. Em contrapartida, os preços dos minérios de cobre subiram devido ao fechamento de minas importantes fora do Brasil.

Já o refino de petróleo e biocombustíveis teve queda de 0,58% em março. O acumulado no ano ficou em 3,28%, abaixo dos 3,89% de fevereiro. Em 12 meses, o segmento registrou alta de 8,11%.

O IPP reflete as variações nos preços recebidos por produtores de bens e serviços industriais no Brasil. Cerca de 6 mil preços são coletados mensalmente junto a mais de 2.100 empresas, excluindo-se impostos, tarifas e fretes.

Fonte: Redação

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