Fortaleza – CE | terça-feira 17 de junho de 2025 / 13:09

PIB cresce 1,4% no início de 2025, mas indústria de transformação volta a recuar

Agropecuária lidera avanço econômico com alta de 12,2%, enquanto indústria de transformação cai após um ano de recuperação

A economia brasileira iniciou 2025 com um crescimento de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, desempenho alinhado às expectativas da Fiesp e do mercado, ambas em torno de 1,5%. O bom resultado foi impulsionado principalmente pelo desempenho robusto da agropecuária, que registrou expansão de 12,2% no período, graças a uma safra excepcional de grãos, especialmente soja e milho.

No entanto, nem todos os setores seguiram o mesmo ritmo. A indústria geral recuou 0,1% no trimestre, com destaque negativo para a indústria de transformação, que caiu 1,0%, interrompendo uma sequência de quatro trimestres consecutivos de crescimento. A construção civil também registrou retração, de 0,8%. Em contrapartida, a indústria extrativa e o segmento de utilidades (eletricidade, gás, água e esgoto) avançaram 2,1% e 1,5%, respectivamente.

O setor de serviços teve crescimento moderado de 0,3%, com destaque positivo para o segmento de informação e comunicação (+3,0%), enquanto o transporte, armazenagem e correios recuaram 0,6%.

Pela ótica da demanda, a economia foi impulsionada pelo fortalecimento da absorção doméstica. O consumo das famílias cresceu 1,0%, sustentado por um mercado de trabalho aquecido e aumento real da renda, com a taxa de desemprego atingindo 7,0%, o menor nível para um primeiro trimestre desde o início da série histórica. Além disso, houve liberação de cerca de R$ 6 bilhões do FGTS, que também reforçou o poder de compra.

Os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), subiram 3,1%, sustentando uma trajetória de crescimento pelo sexto trimestre consecutivo. Esse avanço foi puxado pela produção de bens de capital, importações de plataformas de petróleo e pela ampliação dos investimentos públicos, especialmente nos níveis estadual e municipal.

Apesar do bom começo de ano, a perspectiva para os próximos trimestres é de desaceleração. A política monetária ainda restritiva, aliada a um cenário internacional mais adverso, deve conter o ritmo de expansão, impactando especialmente setores mais sensíveis aos juros, como a indústria de transformação. Indicadores antecedentes da Fiesp apontam para arrefecimento da atividade industrial nos próximos meses.

Mesmo com esse cenário de moderação, o desempenho expressivo no início do ano elevou a projeção de crescimento da Fiesp para o PIB de 2025: de 2,0% para 2,4%. O chamado “carregamento estatístico” — efeito estatístico do crescimento acumulado — ficou em 2,2%. Além disso, medidas de estímulo do governo, como a liberação de recursos e novas modalidades de crédito, devem seguir favorecendo o consumo e o investimento ao longo do ano.

Fonte: Redação

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