Fortaleza – CE | sexta-feira 4 de julho de 2025 / 20:30

Queda nos preços da indústria nacional em maio é a maior do ano, aponta IBGE

Índice de Preços ao Produtor (IPP) recua 1,29% e acumula deflação de 1,97% em 2025, com 17 das 24 atividades industriais em queda

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta sexta-feira (4/7) pelo IBGE, revelou que os preços da indústria nacional caíram 1,29% em maio de 2025, marcando a maior retração mensal do ano e o mais intenso recuo desde junho de 2023, quando os preços caíram 2,72%. Essa é a quarta variação negativa consecutiva do indicador, sinalizando um momento de desaceleração nos preços ao nível da produção industrial.

Em abril, a variação havia sido de -0,12%, e em maio de 2024, o IPP registrava alta de 0,36%, o que reforça a mudança de tendência observada nos últimos meses.

Acumulado do ano e dos últimos 12 meses

No acumulado de 2025, o IPP apresenta queda de -1,97%, configurando a segunda maior retração nos cinco primeiros meses do ano desde o início da série histórica da pesquisa, em 2019. A maior queda registrada foi em maio de 2023, com -3,84%.

Já no acumulado de 12 meses até maio, o índice registra alta de 5,78%, resultado ainda influenciado pela série positiva de 12 meses consecutivos de aumentos nos preços, que foi interrompida apenas em fevereiro deste ano.

Queda atinge a maioria dos setores industriais

Dos 24 setores analisados pelo IBGE, 17 registraram variações negativas nos preços em maio na comparação com abril. O IPP mede os preços dos produtos na porta da fábrica, sem inclusão de impostos, frete ou tarifas, acompanhando a variação média mensal dos valores praticados pelas indústrias extrativas e de transformação.

A coleta é feita com base em informações de cerca de 2.100 empresas espalhadas pelo país, abrangendo cerca de 6 mil preços mensais.

IPP como termômetro da inflação

O IPP é um dos principais indicadores antecedentes da inflação, pois monitora a evolução dos preços dos bens industriais antes de chegarem ao consumidor final. A queda consecutiva do índice sugere pressão menor sobre os preços ao consumidor nos próximos meses, o que pode influenciar nas decisões de política monetária do Banco Central.

No entanto, o resultado também levanta sinais de cautela sobre a atividade industrial, especialmente em um cenário de alta de juros e menor demanda. Com a maioria dos setores industriais registrando recuos, a tendência para os próximos meses dependerá do ritmo da recuperação econômica e da evolução do consumo interno e externo.

O IPP segue como um indicador essencial para avaliar as dinâmicas de custo e formação de preços dentro do setor produtivo brasileiro.

Fonte: Redação

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