Fortaleza – CE | quarta-feira 2 de julho de 2025 / 03:42

Setor brasileiro de cimento aponta para um futuro sustentável até 2050

Iniciativas globais e nacionais impulsionam a descarbonização do segmento, colocando o Brasil em destaque no cenário internacional

O setor cimenteiro brasileiro está se preparando para uma revolução ambiental, com metas ambiciosas para alcançar emissões zero até 2050. Essa transformação faz parte do Partnership for Net Zero Industry , uma iniciativa global que apoia países em desenvolvimento na transição para processos industriais mais sustentáveis, especialmente em setores difíceis de descarbonizar.

Representantes da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) , do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) , do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e do Instituto E+ estão liderando a atualização do Plano de Descarbonização do setor. Este documento servirá como um guia estratégico para implementar tecnologias inovadoras e práticas sustentáveis que reduzam o impacto ambiental da produção de cimento.

A nova versão do plano, prevista para ser concluída em até 18 meses, levará em consideração não apenas soluções tecnológicas no processo produtivo, mas também alternativas de descarbonização ao longo do ciclo de vida dos produtos. Entre as estratégias destacadas estão o uso de combustíveis alternativos, matérias-primas sustentáveis, eficiência energética e a incorporação de hidrogênio verde. Além disso, a captura e armazenamento de carbono (CCS) serão priorizadas para mitigar as emissões industriais.

Embora o Brasil já apresente índices de emissões de CO₂ abaixo da média global, o compromisso com a sustentabilidade continua crescendo. O setor de cimento tem investido consistentemente em inovação nas últimas décadas, sendo pioneiro na adoção de práticas como o coprocessamento de resíduos e o uso de adições minerais. Esses esforços colocaram o país em posição de destaque no cenário internacional, especialmente em comparação com outros mercados emergentes.

Além de melhorar os processos produtivos, o plano inclui a criação de uma plataforma digital para conectar projetos inovadores com oportunidades de financiamento. Isso permitirá que empresas acessem recursos nacionais e internacionais para modernizar suas operações e adotar tecnologias limpas. A iniciativa também integra o Hub de Descarbonização da Indústria (ID Hub) , uma colaboração entre Brasil e Reino Unido que busca acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.

Para Patriolino Dias, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) , o movimento representa uma oportunidade única para alinhar crescimento econômico e responsabilidade ambiental. “Estamos diante de um cenário promissor, onde a retomada da economia e os avanços tecnológicos podem caminhar lado a lado com a sustentabilidade”, afirmou.

O Plano Clima , que será divulgado pelo governo federal em 2025 durante a COP30 no Brasil, detalhará as metas setoriais para a descarbonização industrial. Essas diretrizes serão essenciais para garantir que o setor de cimento continue atendendo à demanda por infraestrutura e habitação, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do país sem comprometer o meio ambiente.

Com essas iniciativas, o Brasil reafirma seu compromisso com as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris e pela Política Nacional sobre Mudança do Clima . O setor de cimento emerge como um exemplo inspirador de como indústrias tradicionais podem se reinventar, adotando práticas sustentáveis que beneficiam tanto o planeta quanto a economia.

Fonte: Redação

PUBLICIDADE