8 tendências da arquitetura residencial que ganharam força com a pandemia
A pandemia está mudando o layout dos escritórios e do comércio, e a arquitetura residencial também vem sendo influenciada pelos novos tempos.
O confinamento trouxe a necessidade de adaptar o lar para acomodar todas as atividades que passaram a ser realizadas em casa: trabalho, estudos, lazer, refeições e exercícios físicos.
“Os cuidados com a casa estão em alta. A relação com o espaço que a gente ocupa ganhou importância. A pandemia trouxe novas tendências para projetos residenciais e acelerou outras que já vinham em crescimento”, diz a arquiteta Thaisa Bohrer, da Bohrer Arquitetura.
Para rastrear essas mudanças, Nossa ouviu especialistas que apontam oito principais tendências para casa que ganharam força com a pandemia:
1. Home office
O trabalho remoto vinha em crescimento nas empresas e algumas casas já estavam adaptadas para isso. No entanto, a pandemia acelerou a tendência do home office — e não apenas com uma bancada para o computador, mas também com preocupações como acústica e iluminação.
“É importante delimitar o espaço do home office para ajudar na separação entre momento de trabalho e hora livre”, indica o arquiteto Bruno Mattos, da Bruno Mattos Arquitetura.
2. Hall de entrada
Tudo indica que os novos hábitos de higiene vieram para ficar. Assim, o hall de entrada, que é uma área de transição entre a rua e a casa, ganha importância.
“É um espaço para higienização, onde se pode deixar bolsas, sapatos, sem levar a sujeira da rua para dentro de casa”, diz a designer de interiores Denise Bertolini, da BeliArq Arquitetura de Interiores.
Ele pode ser complementado com ganchos e mancebos para pendurar os itens recém-retirados, sapateira, banquinho e mesinha ou aparator. Tudo para tornar mais prático o tira-põe ao chegar e sair de casa.
3. Home schooling
Segundo Thaisa Bohrer, a bancada de estudos no quarto dos filhos tinha caído em desuso, mas voltou com tudo nos novos projetos durante a pandemia.
Segundo ela, os estudos e o trabalho em casa também elevam a preocupação com a distribuição da internet pelos cômodos.
“A experiência da quarentena, com a família toda em casa em tempo integral, vai refletir nos layouts daqui para frente”, avalia.
4. Valorização do lazer
Para a arquiteta Viviane Daher, as pessoas voltaram a dar bom uso aos espaços sociais do lar com foco no lazer.
“A valorização de espaços de entretenimento em casa passou a ser ainda maior. Desde o início da pandemia, as pessoas passaram a prestar mais atenção em suas casas e como ela pode oferecer, além de abrigo, diversão em família”, diz Viviane.
5. Cozinha em destaque
O isolamento social também fez com que as pessoas fizessem a maioria das refeições em casa e, consequentemente, passassem mais tempo na cozinha.
“A cozinha foi mais valorizada neste período. Assim como os outros cômodos da casa, ela precisa ser agradável e funcional”, diz Denise Bertolini, da BeliArq Arquitetura de Interiores.
6. Janelas maiores para ventilação e luz natural
Um dos reflexos da pandemia é a valorização das janelas nos novos empreendimentos, segundo Thaisa Bohrer, que faz projetos para construtoras e incorporadoras.
“Janelas maiores proporcionam mais ventilação e maior incidência de luz natural”, diz a arquiteta.
7. Mais verde
Áreas verdes em casa são cada vez mais desejadas e trazem vários benefícios: o contato com a natureza promove bem-estar e traz conforto térmico e alívio visual.
“O cultivo das plantas também vira um momento de descompressão”, diz Denise Bertolini, da BeliArq.
8. Ambientes integrados e multiuso
A separação de cômodos por função sai de cena e dá lugar aos ambientes integrados e multiuso. Saem as paredes que separam sala de jantar e cozinha ou varanda e sala de estar, por exemplo.
“Com o preço do metro quadrado cada vez mais caro nas grandes cidades, não faz mais sentido ter uma sala só para receber visitas, outra só para a TV. Os espaços multiuso vêm com força, promovendo integração entre os ambientes”, diz a arquiteta Thaisa Bohrer.