Ambiente de trabalho: A arquitetura dos escritórios vai mudar
Segundo enquete da consultoria McKinsey, 70% dos executivos de grandes corporações planejam reconfigurar o espaço dos escritórios
Ainda que não se realize completamente, a adoção do trabalho remoto terá grandes consequências na organização das empresas. A primeira delas é física. Se o pedaço do trabalho que não exige contato com outros será feito em casa, por que ter tantas salas individuais nas sedes das companhias? Segundo enquete da consultoria McKinsey, 70% dos executivos de grandes corporações planejam reconfigurar o espaço dos escritórios, e 55% querem mudar as sedes para áreas de menor custo.
A financeira XP anunciou no meio do ano passado a construção de uma nova sede, a uma hora de São Paulo, sustentável e voltada para reuniões ou trabalhos que requeiram encontro da equipe. No mais, pretende adotar o trabalho remoto em tempo integral.
Várias outras empresas já anunciaram manutenção parcial do trabalho remoto mesmo após a pandemia. A Microsoft deverá permitir que as pessoas trabalhem de casa até metade do tempo (para o trabalho remoto permanente, será preciso a aprovação do chefe). O Facebook anunciou que em uma década 50% dos funcionários deverão trabalhar de casa. Airbnb, American Express e Twitter vão seguir a mesma linha. Na outra ponta das intenções, o grupo Votorantim planeja a volta de 100% das equipes ao trabalho presencial. A incorporadora MRV, de 85%.
O impacto no mercado imobiliário deverá ser grande. Com menos gente para abrigar, as empresas não precisam de espaços tão grandes. A arquitetura também muda. O laboratório Fleury, por exemplo, está construindo uma nova sede, de 12 andares, em São Paulo. O projeto do prédio, que ficará pronto em 2022, já sofreu mudanças. As mesas individuais ficarão com apenas 20% do espaço. Na área administrativa, 30% dos profissionais trabalharão de casa. Os demais 70% deverão ir de duas a três vezes por semana ao escritório.