Arquitetura afetiva torna criança mais participativa no lar
Conheça o conceito de lar democrático, onde todas as pessoas da casa se sentem acolhidas
Às vezes é impossível negar quando há uma criança em casa. Logo de cara já se é capaz avistar brinquedos espalhados pelos cômodos, programas infantis na TV, livros dispostos sobre a mesa de centro ou estante… a lista é grande! Por isso é tão importante criar uma decoração não só para os pais ou as visitas, mas também para os pequenos, afinal, é na morada que eles criam seus primeiros laços afetivos e é o local onde se sentem seguros.
A arquiteta Thaynã Forniciari, do Estúdio Minca, aborda a narrativa do “lar democrático“, um lugar onde todas as pessoas do lar são acolhidas e suas necessidades são ponderadas em um consenso comum. A profissional compreende esse exercício como um dos primeiros para a criança entender a diversidade da sociedade. Uma vez que ela aprende a micro organização social, entende que com amor e respeito é possível conviver com as diferenças.
A psicóloga e psicopedagoga Gabriela Lamarca Martins reitera: “rotina e organização permitem que a criança saiba o que está por vir e pode diminuir a ansiedade, já que sabe o que é esperado dela.”
É preciso ensinar aos pequenos a importância da organização desde cedo para os pequenos, mas é importante dar o exemplo para as crianças, mantendo outros cômodos e ambientes igualmente arrumados. Para Gabriela, é possível introduzir o assunto com os filhos a partir de um ano, pois já conseguem categorizar brinquedos e roupas em uma altura adaptada.
Gabriela explica que objetos de decoração podem estar ao alcance das crianças, contanto que não ofereçam qualquer tipo de perigo a elas. “Algumas pessoas se preocupam em não deixar nada ao alcance dos filhos, mas é importante que eles sejam orientados a respeitar o ambiente como um todo, e isso inclui objetos de decoração”, comenta.
Para transformar a casa em um local ainda mais acolhedor para as crianças é preciso dar atenção a elas, por mais óbvio que isso possa parecer. Elas precisam estar junto dos pais, mas sem deixar de correr pela casa e se expressar como possível.
Segundo Thaynã a casa é o ambiente onde a criança se desenvolve e é um dos primeiros contatos com a sensação de pertencimento. Além disso, a palavra que rege a primeira infância é segurança, tanto física quanto emocional.
Gabriela afirma que o uso de peças lúdicas na decoração podem deixar o lar mais harmônico e gerando mais bem-estar entre pais e filhos. “Acredito muito no mobiliário como vetor para construção de um enriquecimento da relação familiar e de um bom espaço de desenvolvimento”, finaliza a doutora.