Arquitetura moderna tem vidro como destaque
Um dos protagonistas da construção moderna, o vidro ganhou cada vez mais usos ao longo da história da arquitetura urbana. Com uma ampla gama de usabilidades, o material traz consigo a função de iluminar os ambientes, economizar espaço, trazer leveza e gerar interação entre áreas internas e externas. Comemorado em 18 de maio, o Dia do Vidraceiro trouxe consigo a reflexão sobre evolução dos processos de fabricação nas últimas décadas e, também, a ampliação das possibilidades de uso na arquitetura, decoração e construção civil.
Conforme o arquiteto e urbanista Alex Carvalho Brino, do escritório Estúdio AC, o vidro historicamente foi utilizado nas edificações por sua tripla funcionalidade de iluminação e controle da entrada de vento e chuva para dentro dos ambientes. “Hoje em dia, há uma inimaginável gama de possibilidades. O material está presente no mobiliário, sendo usado como mesa, aparador, estante e, mais recentemente, também assumindo a forma de escada, piso, guarda-corpo ou cercamento.”
De dentro para fora
Uma das grandes transformações da arquitetura entre o período clássico (até meados dos anos 1800) e moderno (até os dias de hoje) foi a possibilidade de pensar a arquitetura de dentro pra fora. De acordo com Brino, os espaços eram pensados de fora pra dentro no período clássico e, o mobiliário interno era muito acanhado ou, em alguns casos, inexistente. “Isso se inverte no movimento moderno, quando se começou a projetar desde os móveis até a volumetria total”.
Surge, então, um elemento importantíssimo para possibilitar uma grande transformação: a estrutura independente de construção, que permitiu que as paredes deixassem de ser estruturais e passassem a ser apenas de vedação. “Foi então que o vidro se tornou um grande astro na arquitetura e, por isso, se tornou referência quando se fala em construções modernas”, explica.
De mãos dadas, ferro e vidro tomaram o lugar das paredes sólidas passando a dar mais vida aos ambientes internos. Para o arquiteto, o vidro traz o movimento de fora para dentro dos ambientes. “A possibilidade de ver através do material agregou a vida social nos espaços internos ao que ocorre no lado externo, o que sempre foi de muito interesse do público em geral.”
Vidro e energia
O estudo criterioso na escolha do tipo certo de vidro a ser utilizado na construção civil pode resultar em economia de energia elétrica nas edificações. Conforme Brino, isso ocorre devido ao aumento de iluminação natural dos espaços. “Claro que existe um limite para essa eficiência. Um prédio com muita largura tende a ter um miolo mais escuro, neste caso, mesmo tendo toda a superfície envidraçada não haverá uma redução do consumo em função de sua largura.”
Buscar auxílio de profissionais qualificados é um dos pontos cruciais para que se haja, além da economia, conforto térmico dentro das edificações. “Um prédio pode resfriar mais rapidamente no nosso inverno rigoroso, ou aquecer rapidamente com a radiação direta do sol ao longo de quase todo o ano. Neste sentido é fundamental a escolha correta do tipo de vidro.” O arquiteto explica que há inúmeras possibilidades de soluções, porém é necessário conhecimento aprofundado para que as construções sejam eficientes e funcionais para quem usufrui delas.