Drywall: quais são os benefícios, limitações e principais cuidados
Restrito às áreas internas, o material apresenta vantagens durante e após a construção de uma edificação, desde que o tipo de placa de gesso escolhida seja adequada
Bastante presente em novos empreendimentos residenciais e comerciais, o drywall funciona como alternativa à alvenaria convencional, oferecendo soluções mais leves, baratas e rápidas para as construções. Trata-se basicamente de placas de gesso presas por barras de alumínio e comumente usadas em paredes, divisórias, forros e acabamentos.
A escolha entre os quatro tipos de placas existentes depende do ambiente onde o drywall será instalado. A de melhor custo benefício é a destinada às paredes, considerada a convencional. Mas ainda existe a placa verde, que suporta umidade; a rosa, com fibras de vidro tolerantes a altas temperaturas; e a cimentícia, tida como a mais resistente.
Apesar de suas vantagens, a tecnologia é encarada com desconfiança por algumas pessoas, que preferem a vedação de blocos cerâmicos. Conforme a arquiteta Flavia Burin, porém, os benefícios do drywall podem ser observados, inclusive, já durante o processo de construção. “É uma vedação leve, o que se traduz em economia na estrutura e na fundação da edificação”, diz a profissional, à frente do Studio HÁ.
Outro aspecto positivo é a possibilidade de criar edifícios com grande flexibilidade arquitetônica. Segundo a arquiteta, a combinação entre as placas e uma laje nervurada – um tipo constituído por um conjunto de vigas que se cruzam – permite alterações de planta sem grandes problemas.
Uma parede de drywall, por exemplo, oferece ainda ganho de espaço em um ambiente graças à sua espessura mais fina, além de gerar menos resíduos e poder ser reaproveitada quando demolida.
Já do ponto de vista do acabamento, não há grandes diferenças em relação à alvenaria. “[O drywall] permite também pinturas e formatos criativos de decoração, gerando ganho de percepção de valor ao cliente”, acrescenta Flavia.
Por outro lado, o uso da tecnologia se restringe às áreas internas. “Não é um material resistente para paredes externas e muros”, diz Renata Veronesi Hoffmann, da Tetriz Arquitetura.
Também é verdade que a tecnologia não suporta objetos muito pesados e é mais frágil do que a alvenaria. Ao mesmo tempo, porém, dizer que ele é um material muito sensível é um exagero. “O drywall é um material resistente e sua mão não atravessará o outro lado se bater nele”, esclarece Flavia.
A instalação de estruturas nas paredes ou nos tetos de gesso é possível, mas ambas as arquitetas apontam para a necessidade de um reforço. Renata indica um apoio de madeira ou mais estruturas de alumínio para fortalecer o suporte. “E usar bucha para gesso, que dá uma sustentação maior”, adiciona.
Em relação aos custos, embora o drywall seja considerado mais barato que a alvenaria convencional, a exigência por uma mão de obra especializada – e, consequentemente, mais escassa – pode acabar encarecendo a tecnologia.
Outros pontos de atenção dizem respeito à temperatura e à umidade. “O comportamento à umidade depende da escolha da placa e do distanciamento das extremidades com as lajes de piso e cobertura, um dos itens mais críticos, principalmente para as placas comuns”, alerta a arquiteta do Studio HÁ.
Pouco resistente à variação de temperaturas, o drywall exige também a presença de juntas de dilatação térmica próximas às lajes para evitar alterações dimensionais das placas.