Drywall: quais são os benefícios, limitações e principais cuidados

Bastante presente em novos empreendimentos residenciais e comerciais, o drywall funciona como alternativa à alvenaria convencional, oferecendo soluções mais leves, baratas e rápidas para as construções. Trata-se basicamente de placas de gesso presas por barras de alumínio e comumente usadas em paredes, divisórias, forros e acabamentos.

A escolha entre os quatro tipos de placas existentes depende do ambiente onde o drywall será instalado. A de melhor custo benefício é a destinada às paredes, considerada a convencional. Mas ainda existe a placa verde, que suporta umidade; a rosa, com fibras de vidro tolerantes a altas temperaturas; e a cimentícia, tida como a mais resistente.

Apesar de suas vantagens, a tecnologia é encarada com desconfiança por algumas pessoas, que preferem a vedação de blocos cerâmicos. Conforme a arquiteta Flavia Burin, porém, os benefícios do drywall podem ser observados, inclusive, já durante o processo de construção. “É uma vedação leve, o que se traduz em economia na estrutura e na fundação da edificação”, diz a profissional, à frente do Studio HÁ.

Outro aspecto positivo é a possibilidade de criar edifícios com grande flexibilidade arquitetônica. Segundo a arquiteta, a combinação entre as placas e uma laje nervurada – um tipo constituído por um conjunto de vigas que se cruzam – permite alterações de planta sem grandes problemas.

Com função de guarda-corpo do mezanino, a bancada de drywall tem revestimento na cor cinza. O fechamento em cima é feito por painéis pivotantes de madeira ipê-peroba. Projeto dos arquitetos Fernando Rocco e Fernando Vidal (Foto: Lufe Gomes/Casa e Jardim)
Com função de guarda-corpo do mezanino, esta bancada de drywall tem revestimento na cor cinza. Projeto dos arquitetos Fernando Rocco e Fernando Vidal (Foto: Lufe Gomes / Casa e Jardim)

Uma parede de drywall, por exemplo, oferece ainda ganho de espaço em um ambiente graças à sua espessura mais fina, além de gerar menos resíduos e poder ser reaproveitada quando demolida.

Já do ponto de vista do acabamento, não há grandes diferenças em relação à alvenaria. “[O drywall] permite também pinturas e formatos criativos de decoração, gerando ganho de percepção de valor ao cliente”, acrescenta Flavia.

Por outro lado, o uso da tecnologia se restringe às áreas internas. “Não é um material resistente para paredes externas e muros”, diz Renata Veronesi Hoffmann, da Tetriz Arquitetura.

Também é verdade que a tecnologia não suporta objetos muito pesados e é mais frágil do que a alvenaria. Ao mesmo tempo, porém, dizer que ele é um material muito sensível é um exagero. “O drywall é um material resistente e sua mão não atravessará o outro lado se bater nele”, esclarece Flavia.

A instalação de estruturas nas paredes ou nos tetos de gesso é possível, mas ambas as arquitetas apontam para a necessidade de um reforço. Renata indica um apoio de madeira ou mais estruturas de alumínio para fortalecer o suporte. “E usar bucha para gesso, que dá uma sustentação maior”, adiciona.

Painel de drywall (Foto: Dhani Borges / Divulgação)
No interior do painel de drywall, uma caixa de freijó lavado emoldura a cabeceira revestida de linho e apoia mesinhas. Projeto da arquiteta Ana Cano Milman, com execução da Marcenaria Lacca (Foto: Dhani Borges / Divulgação)

Em relação aos custos, embora o drywall seja considerado mais barato que a alvenaria convencional, a exigência por uma mão de obra especializada – e, consequentemente, mais escassa – pode acabar encarecendo a tecnologia.

Outros pontos de atenção dizem respeito à temperatura e à umidade. “O comportamento à umidade depende da escolha da placa e do distanciamento das extremidades com as lajes de piso e cobertura, um dos itens mais críticos, principalmente para as placas comuns”, alerta a arquiteta do Studio HÁ.

Pouco resistente à variação de temperaturas, o drywall exige também a presença de juntas de dilatação térmica próximas às lajes para evitar alterações dimensionais das placas.

Fonte: Casa & Jardim