Estação brasileira na Antártida ganha prêmio de melhor obra de arquitetura
A Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) anunciou na noite desta segunda-feira (18) os vencedores do Prêmio APCA 2020. Na categoria melhor obra de arquitetura, a laureada foi a Estação Antártica Comandante Ferraz, do escritório curitibano Estúdio 41.
A premiação é dividida em dez categorias, que abrangem também artes visuais, cinema, literatura, moda, música popular, rádio, teatro, teatro infantil e televisão. A data da cerimônia e formato de entrega do troféu a todos os artistas contemplados nesta 64ª edição ainda não foram definidos.
Neste ano, por causa dos impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus, as áreas optaram pela realização de uma premiação com menos categorias, em caráter de excepcionalidade.
O júri da categoria de arquitetura foi composto por Abilio Guerra, Fernando Serapião, Francesco Perrotta-Bosch, Gabriel Kogan, Guilherme Wisnik, Luiz Recaman, Maria Isabel Villac, Mônica Junqueira de Camargo, Nadia Somekh e Renato Anelli.
Desde 2010 o prêmio incorporou os críticos de arquitetura, e neste ano conceberam outros dois prêmios, além deste de melhor obra de arquitetura, que são: ‘Fronteiras da arquitetura’ e ‘Urbanidade’.
Na subcategoria ‘Fronteiras da arquitetura’, venceu a performance Marcha à Ré, de Nuno Ramos e Teatro da Vertigem, que realizaram um cortejo fúnebre na Avenida Paulista em homenagem aos mortos pela Covid-19 no Brasil e em protesto ao governo federal.
E na de ‘Urbanidade’ o destaque foi o Padre Júlio Lancellotti, da Igreja de São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, reconhecido há décadas pelo protagonismo com a população de rua de São Paulo. Recentemente o padre voltou aos holofotes após virar alvo de críticas de alguns políticos que concorreram às eleições de 2020 no estado de São Paulo.
A estação brasileira
O projeto do escritório curitibano Estúdio 41, que venceu o concurso internacional de arquitetura para a nova estação brasileira na Antártida em 2013, ainda no governo Dilma Rousseff, foi finalizada em janeiro de 2020 com 4,5 mil m² e unidades modulares que abrigam 60 pesquisadores e 17 laboratórios.
O novo complexo substituiu a obra de 1984, parcialmente destruída por um incêndio em 2012.
O edifício prima por uma uma seção construtiva modular e foi erguido para resistir a rajadas de vento que passam dos 100 Km/h e à variação térmica da região, com temperaturas que ultrapassam os 50°C negativos.