Sustentabilidade afetiva: como a tecnologia ajudar a criar o bem-estar
As inovações aplicadas à arquitetura, à decoração e ao design auxiliam na criação de ambientes mais harmônicos e agradáveis
O ritmo acelerado da vida contemporânea chegou a um ponto tão extremo que as pessoas precisaram olhar para dentro de si e para suas casas para encontrar maneiras de conviver mais harmonicamente com os novos aspectos do dia a dia. Apesar de ser um dos fatores que transformaram a sociedade, a tecnologia pode ser uma grande aliada na busca por uma vida mais saudável e repleta de bem-estar.
“Passamos mais de 80% do nosso tempo dentro de ambientes construídos seja nas residências, empresas, comércio, seja na indústria. As pessoas perceberam que existe um potencial de melhora na qualidade do espaço construído em que se passa tantas horas”, comenta a arquiteta Bia Hajnal.
Segundo a especialista, a arquitetura, o design e a decoração permitem a transformação de qualquer ambiente, agregando mais conforto, ergonomia, iluminação, beleza e soluções práticas que, efetivamente, melhoram o bem-estar.
No design, na decoração e na arquitetura, a tecnologia está presente em todos os aspectos, seja em um novo material, como um revestimento ou tecido mais fácil de limpar, seja nas cortinas e persianas que auxiliam no controle de iluminação e do calor. Além de facilitarem as tarefas domésticas, liberando tempo para atividades físicas, momentos de lazer e autocuidado, os novos equipamentos também atuam criando ambientes mais agradáveis, limpos e harmônicos.
“A tecnologia é uma alternativa e uma possível saída para esse novo planeta, esse novo mundo”, aponta Guto Requena, arquiteto especialista em usar a tecnologia para complementar seus projetos.
Segundo o profissional, o uso de impressão 3D no mobiliário e no design, por exemplo, é algo que tem se mostrado bastante promissor. Pesquisas buscam desenvolver filamentos biodegradáveis, compostáveis, que permitirão a impressão de móveis e objetos que depois podem ser descartados no solo ou no oceano, pois eles irão se decompor facilmente. “Existem filamentos que podem conter vitamina, sementes, então poderíamos jogar fora uma cadeira e ela virar uma árvore, por exemplo”, complementa.
De acordo com Guto, a tecnologia também possibilita trazer o usuário como co-autor de um projeto. O estúdio do arquiteto criou um sistema que capta os batimentos cardíacos de uma pessoa e os transforma em objetos, para isso usam o design paramétrico feito por algoritmos.
“As pessoas querem hoje a certeza que estão comprando algo que é sustentável, brasileiro e autoral. Eu gosto muito da possibilidade de customização. Então é possível criar uma peça única, inédita e somente para elas”, afirma o arquiteto.
“Então falamos em sustentabilidade afetiva, ou seja, eu crio um laço de afetividade entre a pessoa e o objeto, e essa peça durará muito mais tempo, pois não é um item que se baseia no que está na moda e sim nas emoções e na afetividade”, completa.