Cidades inteligentes e modelos sustentáveis ganham destaque na construção civil
As cidades inteligentes usam a tecnologia de modo estratégico para melhorar a infraestrutura, otimizar a mobilidade urbana e criar soluções sustentáveis
Depois de algumas baixas, o setor da construção civil volta a crescer no mercado, entre os motivos principais estão as inovações tecnológicas e a sustentabilidade, com alto potencial revolucionário, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Segundo a Organização das Nações Unidas – ONU, 55% da população mundial vive atualmente em zonas urbanas, mas a perspectiva é que esse número aumente e chegue em 70% até 2050. Com o crescimento geral da população, a urbanização adicionará mais 2,5 bilhões de pessoas nas próximas três décadas, com isso, os modelos sustentáveis e inteligentes para as grandes metrópoles, tornam-se necessários para construção de cidades.
O grande desafio dos profissionais da construção civil é equalizar os conceitos da engenharia às tecnologias e ao movimento cultural globalizado em busca do consumo mais sustentável, de forma a tornar as cidades em espaços com soluções inteligentes e mais verdes, informa Janine Apelfeler Rodrigues, graduada em Engenharia Civil, pós-graduada em Engenharia Sanitária Ambiental e especializada em Sustentabilidade no Ambiente Construído.
Para que esse conceito seja colocado em prática, Janine diz que é necessário priorizar a sustentabilidade e proporcionar qualidade de vida aos usuários, utilizando a tecnologia para aprimorar a mobilidade urbana, os serviços de saneamento, o monitoramento do consumo de energia, dentre outros recursos.
“Ultimamente o setor da construção civil passa por mudanças e uma delas é a necessidade de contribuir para criação de cidades inteligentes e construções verdes, que são espaços urbanos autossuficientes e sustentáveis, gerando melhor qualidade de vida a população”, relata a engenheira civil especialista em engenharia sanitária ambiental, com cursos de Responsabilidade Social, Sustentabilidade no ambiente construído, Águas Subterrâneas – Importância e Gerenciamento, entre outros.
Em relação ao uso das tecnologias para tornar as cidades mais eficientes, Rodrigues avisa que o meio possibilita não somente o progresso ambiental como social. E lembra que as cidades inteligentes buscam solucionar conflitos urbanos, pois cada edificação passa a integrar as cidades com soluções sustentáveis, obtendo excelentes resultados: integração da mobilidade urbana, geração de energia mais sustentável, diminuição da temperatura, drenagem verde, gerenciamento de resíduos, etc.
Conforme a especialista, a transformação em cidades inteligentes é essencial no desenvolvimento social e populacional, com objetivo de construir uma cidade para todos os cidadãos. E agregando isso a criação de construções verdes, não só ajuda a melhorar o ambiente urbano como, também, reduz o consumo de energia, regulariza a qualidade do ar e do clima, reabastece as reservas de água, concede menos poluição sonora e deixa a cidade mais bonita e paisagística.
No Brasil, a Smart City Laguna, localizada em Croatá no Ceará, é a primeira cidade inteligente social do país e foi projetada para abrigar 25 mil habitantes. Priorizando a sustentabilidade e a qualidade de vida dos cidadãos, residências acessíveis a todas as faixas de renda, rede elétrica subterrânea, hubs de inovação e de esportes, infraestruturas digitais e todos os espaços públicos criados com o objetivo de promover integração social nos bairros.
“O desenvolvimento de cidade inteligente e sustentável significa fazer um uso mais racional dos nossos recursos naturais que trazem inúmeros benefícios e contribuem para uma elevada qualidade de vida, através de planejamento, segurança e igualdade. Além de ser muito bom economicamente ao país”, conclui Janine Apelfeler Rodrigues, com 12 anos de experiência desenvolvida nas áreas de construção civil e sustentabilidade do ambiente construído.