Diversificação do powertrain é tendência no Brasil
Quando se fala em eficiência energética para veículos, um tema que tem sido muito discutido é a eletrificação. Entretanto, no atual momento não se pode considerar que haverá uma mudança brusca de tecnologias, pois existem muitas possibilidades. Além disso, acredita-se que as alternativas coexistirão por um bom tempo.
“Como opções, podem ser citados motores ciclo Otto otimizados, sistemas mild-hybrids e veículos híbridos, assim como utilização de células de combustível para geração de energia, dentre outras”, diz a engenheira mecânica Samantha Uehara.
“Vale acrescentar que a definição de um tipo de motorização não pode ser baseada exclusivamente na emissão de poluentes do veículo, mas também precisa considerar as fontes de geração de energia, conforme abordagem conhecida como ‘do poço à roda’, que pressupõe a medição de CO2 emitido desde a produção de determinado combustível até a sua utilização no veículo.”
Segundo ela, os motores ciclo Otto continuam em desenvolvimento. Melhorias recentes e contínuas são realizadas conforme as diferentes estratégias de combustão adotadas, que contemplam estudos sobre formas de injeção de combustível (direta, estratificada ou com adição de água), assim como análises de tempos otimizados para abertura e fechamento de válvulas – tudo visando à melhoria da eficiência energética.
“Outro exemplo é a melhoria contínua do acabamento superficial de diversos componentes e o uso de recobrimentos, estas estratégias combinadas com a utilização de lubrificantes de baixa viscosidade têm como foco a redução de atrito”, acrescenta Samantha Uehara. “Outras iniciativas vão em direção ao estudo de combustíveis alternativos e ao uso intensificado de eletrônica embarcada com maior processamento de informações.”
No Brasil, como ressalta a especialista, tem-se a particularidade de utilização do etanol, biocombustível renovável que traz um diferencial importante para a indústria automotiva nacional. “Os desenvolvimentos para motores flex-fuel realizados aqui ainda podem ser posteriormente transplantados para as matrizes das montadoras”, finaliza a engenheira.