Em máquinas de construção a expectativa é de recorde em 2022

As vendas de máquinas para a construção civil têm previsão de alcançar recorde histórico em 2022, com a comercialização de 40 mil unidades, o que representará alta de 12% com relação ao ano passado. Este mercado, que em 2012 chegou a atingir 30 mil unidades, iniciou processo de desaceleração que culminou com apenas 7 mil unidades vendidas em 2017.

De lá para cá ritmo de crescimento constante foi imprimido pela demanda pujante por máquinas para o setor de infraestrutura, afirmou Carlos França, líder da Case para a América Latina:

“Havia demanda represada porque nos últimos cinco anos a decisão de renovação foi postergada. E a frota envelheceu. A partir de 2019 esse mercado começou a mostrar maior disposição para renovar e ampliar. Outro fator foi o surgimento de grandes players de locação e isso também está demandando mais equipamentos”.

Para o segundo semestre é aguardado nível mais estabilizado de vendas do que no primeiro, ponderou França, movimento estimulado pela redução das licitações e das compras governamentais, o que vem sendo compensado por parcerias público-privadas:

“São estimados R$ 180 bilhões de investimento em infraestrutura somente este ano, o que representa 1,7% do PIB. E, segundo estudos, para cobrir o gargalo do setor nos últimos anos são necessários aportes da ordem de 3,6% do PIB ao longo de duas décadas. Ou seja: a expectativa é de crescimento contínuo nos próximos anos apesar da pausa no período eleitoral”.

Esse mercado deverá seguir crescendo de forma sustentável, acredita França, ao citar o surgimento de novos nichos que demandam o produto, como o de fertilizantes e o canavieiro. O segmento agrícola, que há dez anos representava 7% das compras, por exemplo, hoje abrange 20%.

Agronegócio — Quanto ao mercado de máquinas agrícolas a projeção é de alta de 10%, alcançando de 55 mil a 60 mil tratores este ano. O que, segundo Thiago Wrubleski, diretor de planejamento comercial da CNH Industrial, está longe de atingir desempenho recorde, como ocorreu há uma década.

Diferentemente do segmento de máquinas para construção o primeiro semestre não foi muito animador, apesar de as vendas continuarem em alta devido ao fato de cerca de 25% do PIB ser proveniente do agronegócio, o que mantém a procura pelos equipamentos.

Wrubleski contextualizou que setor contou com um revés trazido pelas condições climáticas. O fenômeno La Niña trouxe forte seca ao Sul e chuvas intensas ao Centro-oeste e Norte, o que reduziu as compras. A expectativa agora é retomar as vendas no segundo semestre.

Outro fator foi a expectativa, em parte frustrada, pela espera dos incentivos governamentais para financiar os equipamentos:

“A proposta do Moderfrota seria trazer velocidade maior de financiamentos, o que não ocorreu no primeiro semestre, quando o mercado andou de lado. Quanto ao Plano Safra houve incremento de 30% no volume de recursos oferecidos para financiamentos, mas a inflação elevou os custos e no fim das contas não houve tanto impacto. Embora esperássemos mais, foi melhor do que nada”.

Em ambos os casos os executivos esperam que as empresas acompanhem o crescimento do mercado esperado para 2022 e, se possível, projetam um pouco mais além.

Fonte: AutoData