Junho traz recuperação no setor de máquinas e equipamentos

Importações de máquinas e equipamentos continuam ganhando espaço: de 39,8% em 2023 para 45,2% em 2024

Junho registrou aumento no consumo aparente de máquinas e equipamentos no Brasil em relação a maio. O crescimento foi puxado pelo aumento das aquisições de máquinas produzidas localmente. No período, houve ainda melhora na carteira de pedidos, no nível de utilização da capacidade instalada e no nível de emprego do setor fabricante de máquinas e equipamentos, relata a Abimaq, associação de empresas do setor.

O consumo aparente cresceu 6,6% e atingiu R$ 31,2 bilhões, com aumento de 16,9% na receita interna e queda de 5,2% nas importações.

Houve recuperação nas receitas líquidas de vendas de máquinas e equipamentos na comparação com maio, puxado pela melhora das vendas no mercado doméstico. As exportações no período recuaram.

“Ainda que nas comparações interanuais prevalecessem o desempenho inferior ao do ano de 2023, o segundo trimestre de 2024 foi marcado por clara tendência de recuperação, o que contribuiu para a redução da queda observada no ano de 21,5% no encerramento do 1tri24 para redução de 16,4% no fechamento do semestre”, destaca a Abimaq.

No mercado doméstico, após um pequeno recuo em maio (0,7%), houve novo crescimento que refletiu na continuidade da redução da queda acumulada no ano. De 22,1% no encerramento do 1tri24, para 17,8% no 1sem24.

No ano, por outro lado, predomina queda dentre os setores fabricantes de máquinas, ainda que em patamar superior. Entre os que registraram crescimento no ano estão os fabricantes de máquinas para bens de consumo, para logística e construção civil e de componentes.

Nas exportações de máquinas e equipamentos houve queda de 12,3%, na comparação com maio de 2024 e de 11,6% em relação a junho de 2023. As exportações no mês passado atingiram US$ 922 milhões.

Com esse resultado, passaram a acumular no ano queda de 9,1%, resultado que, apesar de inferior ao observado até maio (-8,6%), superou o observado no fechamento do primeiro trimestre de 2024 (-13%).

A valorização de 5% da paridade cambial com o dólar ante maio e de 11% em relação a junho de 2023 resultou em maior rentabilidade, mas ainda não refletiu em maior exportação nos setores fabricantes e máquinas e equipamentos.

No 1sem24 houve queda das exportações nos mercados tradicionais de máquinas e equipamentos. Na América do Norte, o principal destino das máquinas nacionais, houve queda de 1,5%, mesmo com incremento de 12,9% das exportações para o México.

Na América do Sul a queda foi de 25,1%, como reflexo da queda de 41,2% nas aquisições da Argentina. Outros países da região também registraram retração nas aquisições neste primeiro semestre, tais como Paraguai, Chile e Colômbia.

No período houve crescimento nas exportações realizadas para poucos países da Europa, entre eles França e Itália, e também em outras regiões de menor peso no total, como Singapura, Arábia Saudita, Catar.

Nas importações de máquinas e equipamentos houve queda de 9,3% em junho de 2024 em relação a maio, mas crescimento de 3,1% em relação a junho de 2023. Com isso, no ano, as importações passaram a acumular crescimento de 6,5%.

Apesar da queda observada na ponta, dados do 2tri24 indicam tendência de alta nas importações. Neste segundo trimestre o volume importado girou em torno de US$ 2,4 bilhões por mês, contra US$ 2,3 bilhões no 1tri24 e US$ 2,2 bilhões considerando a média mensal de 2023. As importações, continuam a ganhar espaço no consumo doméstico. Dados acumulados até junho indicam market share de 45,2% contra 39,8% no 1sem23.

A indústria de máquinas e equipamentos encerrou junho utilizando 75,6% da sua capacidade instalada, valor idêntico ao observado no mesmo mês de 2023 e 1,2 p.p acima do resultado de dezembro de 2023, indicando melhoria do indicador no primeiro semestre deste ano.

Na carteira de pedidos, medida em semanas para o seu atendimento, houve alta mensal (+3,1%), contudo, na comparação interanual, o resultado ainda se mantém negativo. Os dados do período denotam relativa estabilização da carteira de pedidos em patamares 11% inferiores a 2023.

Em junho de 2024 houve alta no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos (+0,3%). Desta forma o setor encerrou o mês com 388.179 trabalhadores. O maior número de pessoas empregadas no mês teve relação com as contratações realizadas nos segmentos fabricantes de Componentes para a indústria de bens de capital e de Máquinas para a indústria de transformação.

Em relação a junho de 2023, o quadro de pessoal ainda encontra-se em nível inferior. O número de junho de 2024 representou uma redução 1,1% na força de trabalho, equivalente a 4.424 pessoas a menos.

Fonte: Monitor Mercantil