Produção de máquinas cairá 8% por causa da retração nas exportações

Em nova projeção, Anfavea prevê apenas 9,2 mil unidades vendidas ao exterior, mas mercado interno igual ao de 2019

Como consequência da queda nas exportações, a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias no Brasil deve somar até o fim do ano 46,8 mil unidades, registrando queda de 8% na comparação com 2019. Os impactos da Covid-19 levaram a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) a revisar para baixo as projeções do setor.

No início do ano a previsão era de 56 mil unidades produzidas e alta de 5,4% sobre o ano passado. E a estimativa inicial dos fabricantes era enviar 13 mil máquinas ao exterior, mas foi revista para 9,2 mil, 29% a menos pela comparação com 2019.

Tivemos queda nas exportações de maneira geral para a América do Sul, em especial Colômbia e Peru. Quando se trata de outras regiões, caíram também as vendas para o Japão”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto.

Ele ressalta que houve recuperação nos embarques para a Argentina, onde o produtor decidiu investir em bens de capital. Para o mercado interno, as novas projeções preveem 43,8 mil máquinas, mesmo número alcançado em 2019. A previsão no começo do ano era pouco melhor, 45 mil unidades.

Esse número é a soma de máquinas agrícolas (com perspectiva de alta de 3%) e rodoviárias (com previsão de queda de 24% na comparação com 2019): “O governo federal tem um orçamento para obras de infraestrutura de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões, é muito pouco”, recorda o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

MERCADO INTERNO QUASE ESTÁVEL NO 1º SEMESTRE

De janeiro a junho de 2020 as vendas internas de máquinas somaram 19,6 mil unidades. O número ficou apenas 1,3% abaixo do resultado do primeiro semestre de 2019. Junho teve 3,9 mil unidades repassadas à rede de concessionárias, volume 0,9% mais alto que o de maio. “O mês teve queda na venda de tratores, que vinha bem no semestre, mas houve alta importante na venda de colheitadeiras de grãos e colhedoras de cana”, recorda Miguel Neto.

Segundo o executivo, a alta nas colheitadeiras se justifica pela pré-venda da safra para a China. No caso das colhedoras de cana, a perspectiva de melhora nos negócios com açúcar e etanol os produtores a voltar a investir. A venda de colhedoras cresceu 160% em junho na comparação com o mesmo mês de 2019.

EXPECTATIVA PARA O PLANO SAFRA

O Plano Safra anunciado em 17 de junho, que prevê R$ 236,3 bilhões em crédito para o agronegócio, deve ser suficiente para o período de vigência, que vai até o meio de junho de 2021.

Para Miguel Neto, a queda de R$ 9,6 bilhões para R$ 9 bilhões nos recursos do Moderfrota não deve impactar o setor por causa da cobertura do setor por linhas de crédito do BNDES e do Banco do Brasil, “com as mesmas condições dentro do Plano Safra”, diz Miguel Neto. Ele acredita ainda que o Plano Safra esteja operacional já a partir do dia 9 de julho.

Fonte: Automotive Business