Setor de máquinas faz demissões em massa e preocupa trabalhadores

Mais um setor em crise no Brasil. Com a expansão do Covid-19, setor de máquinas vem demitindo centenas de funcionários e reduzindo em até 50% o tempo de serviço para poder garantir o funcionamento das atividades. Nessa semana, uma reportagem do portal Estadão mostrou que diversas empresas estão fechando suas portas e desligando os servidores.

Entre os exemplos apresentados, a matéria contou a realidade vivenciada pelo empresário Paulo Braga, dono da Maquigeral. Sua marca precisou afastar 170 funcionários somente no mês de março. A expectativa, de acordo com o proprietário, é que novos desligamentos aconteçam ao longo das próximas semanas.

Braga explicou que espera manter apenas um número de 70 pessoas em sua equipe, de modo que possa garantir o funcionamento das unidades de São Paulo. Segundo o empresário, os cortes foram sua única opção para poder manter o capital de giro até o fim do ano, mas alega que o valor em caixa é o suficiente apenas até o mês de junho.

Fora da crise, a marca tinha um faturamento anual de cerca de R$ 70 milhões. No entanto, as vendas caíram em mais de 50% e Braga acredita que conseguirá apenas cerca de R$ 2 milhões. Para os próximos 8 meses, sua equipe econômica esperava um investimento médio de R$ 30 milhões, mas a medida precisou ser congelada por tempo indeterminado.

Avaliação do mercado

A realidade da Maquigeral reflete o que vem acontecendo na cadeia do setor de máquinas como um todo.

A área já contabilizou mais de 11 mil demissões entre 30 de março e 3 de abril, conforme os dados levantados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

“Na passagem de fevereiro para março foram demitidos 3,5% do total de funcionários do setor”, afirma José Velloso, presidente executivo da Abimaq.

Ele acredita que todas as empresas deverão realizar cortes até o mês de dezembro e não se sabe como acontecerão as operações mais adiante.

Ninguém pode dizer exatamente os números, mas estimamos que pode chegar a 15% do nível de emprego da nossa indústria, o que significaria 50 mil pessoas”, finalizou.

FONTE: fdr.com.br