Vendas de máquinas agrícolas devem voltar a crescer em 2025, diz Abimaq
Entidade aposta em juros menores e melhora do clima no longo prazo. Para este ano, a estimativa é de queda de 15%
O mercado de máquinas agrícolas deve retomar o caminho do crescimento em 2025. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (3/4) pelo presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equiamentos (Abimaq), Pedro Estêvão.
“Não deve ter seca e os juros serão menores, condições importantes para a decisão de compra do produtor”, disse ele, em Ribeirão Preto (SP), durante evento que marcou o lançamento da 29ª Agrishow.
Segundo o dirigente, as indústrias não foram pegas de surpresa pela queda nas vendas, iniciada no ano passado e que chegou a quase 30% no primeiro bimestre deste ano. No ano passado, foram comercializadas 68.988 unidades no período, sendo 61.018 destinadas ao mercado interno e o restante (7.970) para exportação. A queda em relação a 2022 foi de 13,6%.
“A amplitude de variação das commodities é muito grande, assim como a amplitude de planejamento das indústrias de máquinas, que pensam no futuro. Faz parte do negócio. E mesmo com a queda acima de 20% nas vendas, o setor só demitiu 1% porque sabe que logo vai precisar do trabalhador qualificado”, disse.
Estêvão ressaltou que, historicamente, o setor vive ciclo de altas e baixas. De 2018 a 2023, as indústrias faturaram 70% a mais. Em 2024, as vendas devem ser pelo menos 15% menores em relação ao ano passado.
“A gente esperava que o ciclo de alta terminasse já em 2022, mas ele se prolongou porque houve a guerra da Rússia e Ucrânia, que são grandes produtores de commodities, o Brasil produziu bem, a Argentina e os Estados Unidos também. Então, houve excesso de oferta. Vai demorar um ano e meio ou dois anos para esse excesso ser consumido”, disse.
Estevão disse à Globo Rural que a Abimaq mantém a previsão de queda de 15%. A segunda safra está indo bem e a perspectiva de um Plano Safra com juros de 8% melhora as possibilidades de compra no segundo semestre.
Para o Plano Safra 2024/25, a ser anunciado no final de junho, a entidade pediu ao governo federal R$ 26 bilhões para o Moderfrota e Pronamp (plano 23/24 destinou R$ 9,49 bilhões e 2,37 bilhões para as duas linhas, respectivamente) e mais R$ 9 bilhões para o Pronaf. Isso representa cerca de 60% das vendas, o que “seria bastante razoável para o próximo ciclo”.