Aumento na procura por imóveis faz preço dos novos contratos de aluguel subir no Brasil

Em algumas capitais, o aumento é quase dez vezes maior do que a inflação. Goiânia é a capital onde mais aumentou. Depois, Florianópolis, Fortaleza, Rio de Janeiro, Curitiba e BH.

O aumento na procura por imóveis fez disparar o preço dos novos contratos de aluguel em todo o Brasil.

Sempre que vê uma placa escrito “aluga-se”, o assessor turístico Christian Dias pega logo o telefone. Tem semanas que ele está atrás de um apartamento para alugar.

“O problema é que está superfaturado, especialmente nessa data. E aí, para a pessoa que vem só, morar a trabalho, é complicado. Está cobrando caro para todo mundo”, diz.

Os aluguéis de imóveis menores foram os que mais subiram de 2022 para cá, mas o aumento foi geral em novos contratos. De novembro de 2022 para novembro de 2023, os aluguéis ficaram 16% mais caros no país.

Goiânia é a capital onde mais aumentou. Depois, Florianópolis, Fortaleza, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte.

Os aluguéis subiram bem acima do índice oficial da inflação e superaram em muito o IGP-M, índice geralmente usado para o reajuste de aluguéis, que ficou negativo no mesmo período.

A engenheira Izabella Simões percebeu essa alta ao procurar um apartamento para alugar na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela só conseguiu se mudar porque vai dividir com duas amigas.

“Deu para perceber que o preço está um pouco maior do que uns dois atrás, quando eu aluguei o atual que eu moro. Dividindo dá para pagar. Sozinha, não dá”, diz.

Umas das explicações para esse aumento fica clara nas ruas. Quem está procurando, olha para cima e não encontra placas com ofertas de aluguel. Nos sites e aplicativos também está difícil achar um imóvel ideal com preço que caiba no bolso. É que as ofertas de casas e apartamentos para alugar têm se mantido as mesmas de uns anos para cá, ao mesmo tempo em que tem cada vez mais gente procurando uma casa nova para morar.

“Os preços começaram a subir porque a oferta não dava conta disso tudo – chegou ao limite – e a demanda continua aquecida. Então, isso fez com que os preços subissem, que é esse momento que a gente está vivendo agora”, explica Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-RJ.

Este momento está bom só para os donos de imóveis e para as imobiliárias.

“Você entregando uma mercadoria boa, aluga rápido, preço justo. E, se precisar fazer alguma negociação, os proprietários vão fazer e v ai alugar com mais rapidez ainda”, afirma a gerente imobiliária Daniele Souza.

Para quem quer alugar, paciência e muita pesquisa. Foi assim que, depois de dois meses procurando, a criadora de conteúdo Carla Lemos conseguiu o apartamento do jeito que ela queria, com preço que dá para pagar.

“Para mim era importante ter um apartamento bem iluminado, arejado. Daí você encaixar isso no que você pode pagar de preço e na localidade que você quer é uma missão”, diz.

Fonte: G1