Caixa aumenta em 23,4% financiamentos de imóveis, mas ainda sofre para dar conta da demanda

O crédito imobiliário é o mais representativo na composição do crédito total, com 67,2% de participação e saldo de R$ 812 bilhões na carteira do banco

Os resultados do terceiro trimestre de 2024 da Caixa Econômica Federal vieram como esperado em relação ao crédito imobiliário. Em balanço divulgado nesta terça-feira (12), o banco público registrou R$ 63,4 bilhões em contratações (considerando recursos SBPE e FGTS) no terceiro trimestre de 2024, aumento de 23,4% em relação mesmo período do ano passado e de 3,5% em comparação ao segundo trimestre deste ano – embora já enfrente escassez de recursos para fechar o ano. 

O crédito imobiliário é o mais representativo na composição do crédito total, com 67,2% de participação e saldo de R$ 812,2 bilhões, crescimento de 14,7% em comparação a setembro de 2023 e de 3,6% em relação a junho de 2024. Desse saldo, R$ 474,9 bilhões utilizaram recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS), aumento de 17,3% em comparação a setembro de 2023 e de 4,0% quando comparado a junho de 2024; e R$ 337,3 bilhões utilizaram recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), crescimento de 11,3% em comparação a setembro de 2023 e de 3,1% em relação a junho de 2024.

No terceiro trimestre de 2024, foram R$ 63,4 bilhões em contratações (considerando recursos SBPE e FGTS), aumento de 23,4% em relação ao terceiro trimestre de 2023 e de 3,5% em comparação ao segundo trimestre de 2024. As contratações com recursos do FGTS totalizaram R$ 37,6 bilhões, crescimento de 15,7% em comparação ao mesmo período do ano pasado e redução de 0,5% em relação ao 2 trimestre de 2024, já as contratações com recursos do SBPE totalizaram R$ 25,8 bilhões, aumento de 36,5% em comparação ao 3 trimestre de 2023 e de 9,9% em comparação ao 2 trimestre de 2024. 

Até setembro, as contratações habitacionais totalizaram R$ 176 bilhões, aumento de 28,6% em relação ao mesmo mês de 2023. 

DIFICULDADE NO ACESSO

Os números crescentes, no entanto, têm pressionado o orçamento do banco. Com 67,5% de market share em financiamentos imobiliários totais, além de ser o principal operador do Programa MCMV, com 99,6% de share, a Caixa não tem sido flexível para liberação do crédito a mutuários. 

Quem busca financiar imóveis com o banco tem reclamado de meses de espera, mesmo após análise concluída, para liberação do financiamento, inclusive com negativas embasadas em “pequenos detalhes”, que não seriam empecilhos em outros momentos. 

Desde o dia primeiro de novembro, para as pessoas físicas, a Caixa reduziu o financiamento para aquisição de imóveis ou construção individual, com valor de avaliação ou compra e venda limitado a R$ 1,5 milhão e para clientes que não possuam outro financiamento habitacional ativo com o banco. A cota máxima de financiamento admitida será de até 70% do valor do imóvel, com sistema de amortização SAC, e de até 50% com sistema PRICE, para novos contratos.

Fonte: Jornal do Comércio