LGPD no mercado imobiliário: como se preparar para as novas normas
O mapeamento de dados é uma das etapas mais importantes no processo de adequação à LGPD. Lidar com dados pessoais tornou-se complexo.
idar com dados pessoais, como contas bancárias, endereços e números de documentos, faz parte da rotina de muitas empresas espalhadas pelo Brasil. E, em um momento onde tudo gira ao redor do digital, a perda e o vazamento dessas informações se tornaram mais fáceis do que em anos passados.
Foi nesse cenário que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) entrou em vigor no ano de 2020, para regular a forma de coleta, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais, além de estabelecer penalidades para quem não cumprir os novos padrões normativos.
Caracterizado como um setor que é responsável por usar e armazenar diversos dados pessoais, o mercado imobiliário se torna um espaço onde a LGPD vem sendo um item essencial de discussão. De acordo com Carla Navarro do escritório Samir Jereissati, responsável por conduzir o processo de adequação à lei na SJ Imóveis, empresa referência em mercado de imóveis no Ceará, o processo de adequação à LGPD consiste em três etapas principais.
“Primeiro, é realizado o mapeamento de todas as atividades realizadas pela empresa que envolvem o tratamento de dados pessoais; a partir desse mapeamento, é possível identificar os gaps e estruturar o Plano de Ação adequado para a empresa. Depois, de acordo com o Plano de Ação, é estruturado o Programa de Governança em Proteção de Dados para a empresa com diretrizes claras sobre as melhores práticas que devem ser adotadas por todos os colaboradores, desde a alta gestão”, afirma.
O principal objetivo da legislação é dar transparência ao cidadão sobre o tratamento de seus dados pessoais. “A finalidade não é impedir o tratamento dos dados pessoais, mas que os titulares dos dados, tais como proprietários, inquilinos e fiadores, tenham conhecimento de como a empresa está tratando os seus dados, garantindo todos os seus direitos. Os treinamentos e orientações sobre a LGPD tornaram-se um item de rotina da empresa. É algo cíclico que precisa ser contínuo para ocasionar essa mudança de cultura”, explica Carla.
Impactos positivos
Em pouco tempo de adesão, Luciana Alencar, diretora da SJ Imóveis, já conseguiu sentir impactos positivos no dia a dia da empresa. “Percebemos uma mudança significativa na rotina, principalmente por parte dos colaboradores, pois eles já estão mais cuidadosos com essa mecânica dos dados. É perceptível uma maior procura para saber se estão dentro dos protocolos de segurança. Além disso, aderir à LGPD foi algo que trouxe maior segurança, credibilidade e confiabilidade entre os clientes”, enfatiza.