Mais de meio milhão de fortalezenses vivem em apartamentos; verticalização da Capital segue em alta

Capital cearense é, disparada, a cidade do Ceará com o maior número de moradores em unidades verticais.

Aldeota, Meireles, Praia de Iracema. Esses são três bairros de Fortaleza caracterizados pelo alto número de condomínios verticais de moradores e que principais responsáveis por levar a capital cearense a ultrapassar a marca de 512 mil pessoas que residem em apartamentos, de acordo com dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022.

Em números, Fortaleza tem 21,1% dos moradores vivendo em empreendimentos verticais, correspondendo a 512.451 pessoas. Esse total é superior a toda a população da Caucaia, que tem 355.679 habitantes e é a segunda maior cidade do Ceará em termos populacionais.

No Brasil, Fortaleza fica no meio dentre as 27 capitais nacionais, ocupando a 14ª posição. Nesse ranking, Vitória (ES) está no topo, com 45,4% dos moradores que residem em unidades verticais. Na lista geral de cidades do País, Santos (SP), onde 63,45% das pessoas vivem em apartamentos, é a que tem maior verticalização.

Mesmo sendo o maior município da região Nordeste, a capital cearense fica apenas na quinta posição quando o assunto é percentual da população que vive em unidades verticais. A liderança é ocupada por João Pessoa (PB), com quase 38% dos habitantes morando em apartamentos.

Ainda segundo o IBGE, o município de Fortaleza tem 1.034.611 milhão de domicílios. Mais de 860 mil estão ocupados (83,22%), e o restante ou está vago (14,06%) ou é utilizado esporadicamente (2,72%), seja para segunda moradia ou aluguel por temporada, por exemplo.

Nordestinos nos apartamentos
Veja as 9 capitais do Nordeste por população morando em unidades verticais

1º João Pessoa 
População: 833.932 
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 7°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 312.558 
População morando em apartamentos (em %): 37,48

2º Recife
População: 1.488.920
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 3°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 413.920 
População morando em apartamentos (em %): 27,8

3º Aracaju 
População: 602.757
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 11°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 165.577 
População morando em apartamentos (em %): 27,47

4º Salvador  
População: 2.418.005
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 2°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 638.595  
População morando em apartamentos (em %): 26,41

5º Fortaleza 
População: 2.428.678
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 1°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 512.451  
População morando em apartamentos (em %): 21,10

6º Maceió 
População: 957.916
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 5°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 195.606 
População morando em apartamentos (em %): 20,42

7º Natal  
População: 751.300
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 8°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 142.521  
População morando em apartamentos (em %): 18,97

8º São Luis 
População: 1.037.775
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 4°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 153.072  
População morando em apartamentos (em %): 14,75

9º Teresina 
População: 866.300
Posição entra as cidades mais populosas do Nordeste: 6°
População morando em apartamentos (nº de pessoas): 102.050 
População morando em apartamentos (em %): 11,78

Fonte: IBGE

VERTICALIZAÇÃO ACENTUADA

O padrão de unidades verticais em ascensão indica que a Capital tem uma ocupação contínua e uma urbanização acelerada, como reflete a professora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Federal do Ceará (UFC), Márcia Cavalcante. Segundo ela, o bairro Aldeota já tem, pelo menos, quatro de cada cinco moradores vivendo em apartamentos, índice que deve aumentar nos próximos anos.

“A opção de morar em apartamentos está diretamente vinculada à urbanidade. A concentração dos habitantes em cidades com industrialização, concreto armado e elevador fez com que a opção de verticalizar a moradia se tornasse viável. Na contemporaneidade, as áreas com melhor qualidade de vida tendem a atrair mais pessoas, e a opção pela verticalização (apartamentos) é a que possibilita termos mais habitantes por área”, avalia.

A professora ainda completa valorizando a opção pelos apartamentos em detrimento de “morar em casas, pois, em geral, tende a aumentar a área urbana, o que implica em provisão de serviços e infraestrutura e onera o orçamento das Prefeituras, pois é o governo municipal que assume os custos desta expansão”.

Fonte: Diário do Nordeste