Mercado imobiliário registra crescimento no primeiro semestre

A grande oferta de lotes e as taxas de juros em queda mudaram a preferência dos colatinenses, que estão investindo na construção de casas

Em qualquer região de Colatina para onde se olhe, tem alguma construção em andamento. Se a impressão é que a cidade se transformou em um grande canteiro de obras a céu aberto, os números da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma) dão a certeza: só nos primeiros seis meses deste ano, 228 projetos de engenharia foram enviados ao órgão, e o número de alvarás concedidos é 8% maior em relação ao primeiro semestre de 2019.

A área total de construção, no município, chega perto de 51 mil metros quadrados e, para dar conta do aumento da demanda, o número de servidores no setor de aprovação de projetos  também cresceu, segundo aponta a secretária Fernanda Lavagnoli.

Os dados da prefeitura também mostram que 76% das obras aprovadas são residenciais, e que mais da metade desse percentual é de projetos unifamiliares, ou seja, casas que comportam uma família. Isso é um indicador da mudança no perfil de quem está construindo. As pessoas estão optando por morar em casas em vez de investir em apartamentos prontos.

Para o presidente da Associação das Construtoras e Loteamentos de Colatina (Assocol), Franco André Bereta, o setor da construção civil está aquecido em Colatina. “As vendas registradas no primeiro semestre deste ano já superam em 30% todos os negócios fechados ao longo de 2019”, compara.

FINANCIAMENTO

Bereta atribui o bom momento às baixas taxas de juros para financiamentos imobiliários, que refletem no valor das prestações, e ao ‘boom’ de loteamentos, observado no município há alguns anos. Atualmente, Colatina tem em torno de 35 loteamentos e 13 mil lotes, e pelo menos 6 mil estão à venda. “A grande oferta levou a uma estabilização dos preços. Os lotes variam de R$ 60 mil a R$ 150 mil, dependendo do tamanho e da localização, e as empresas ainda oferecem condições facilitadas de pagamento”, ressalta.

Segundo a associação, muitas vendas ainda são feitas através de programas habitacionais do governo federal, mas as construtoras e loteadoras também estão se adaptando a essa mudança de comportamento dos clientes, e oferecendo outras modalidades de negócios, além da simples venda da área.

Esse é o caso da Franco Empreendimentos que, em 10 anos de mercado,  já ergueu dois prédios residenciais e outros dois edifícios comerciais, para locação de salas. A construtora também possui dois loteamentos no bairro Marista, região nobre da cidade, onde dispõe de mais de 200 lotes à venda. Além de vender os terrenos, que variam entre 300 e 700 metros quadrados, a empresa ainda trabalha com a modalidade lote-construção.

“O cliente escolhe o lote e, a gente também faz a casa, se ele quiser”, explica a diretora comercial Lais Soella. Atenta às mudanças do mercado, a empresa também passou a construir os imóveis para os clientes que já possuem lotes no residencial Recanto Marista 1. “São casas de alto padrão, que variam de R$ 330 mil a R$ 900 mil. Já estamos fazendo quatro com esse novo projeto. É a procura do mercado atual”, finaliza.

Fonte: A Gazeta