Mesmo com travas, Caixa terá alta no crédito imobiliário

Apesar de teto de R$ 1,5 milhão para imóveis, banco deve ultrapassar R$ 200 bilhões em contratos

Mesmo com as restrições de recursos no mercado para lastrear empréstimos, a Caixa Econômica Federal pretende fechar este ano com R$ 25 bilhões a mais no crédito imobiliário, ultrapassando R$ 200 bilhões em contratos ativos.

Executivos do banco afirmam que a meta deve ser cumprida mesmo diante das travas impostas à população de mais alta renda, que, agora, só pode financiar imóveis de até R$ 1,5 milhão pelo SBPE, sistema que conta com recursos da caderneta de poupança.

A redução ocorreu diante de saques maiores do que depósitos nas cadernetas motivados por opções mais vantajosas de retorno em aplicações do mercado.

No FGTS, o bilionário fundo dos trabalhadores, a alta do emprego conteve um pouco a redução dos recursos disponíveis. O governo também tenta frear os saques-aniversários, que já retiraram cerca de R$ 100 bilhões das contas do fundo dos trabalhadores.

Em busca de R$ 20 bilhões

Neste cenário, a Caixa já prepara um primeiro teste com securitização de títulos. A ideia, ainda segundo executivos, é converter 10% da carteira imobiliária em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) para levantar cerca de R$ 20 bilhões. O banco mantém cerca de R$ 800 bilhões em contratos ativos no momento.

O valor ainda é modesto diante das elevadas taxas de juros. A Caixa pretende ampliar a oferta desses títulos quando a Selic, a taxa básica da economia, cair para o patamar de 8,5% ao ano.

É com a diferença dos juros atuais, que estão em 10,75% ao ano, em relação ao nível desejado, que a Caixa poderá oferecer mais retorno aos investidores interessados nos papéis a serem ofertados.

Recentemente, o banco atuou na estruturação e distribuição de CRIs de uma incorporadora, que atraiu R$ 2 bilhões, valor que sinalizou o apetite do mercado mesmo diante dos juros atuais.

Os recursos resultantes de ganhos com a venda desses títulos serão usados para lastrear a concessão de empréstimos imobiliários nos próximos anos.

Fonte: Folha | UOL