Setor imobiliário prevê crescimento para 2023 a partir da volta de programas sociais

O Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Crecisp) destaca que a possibilidade de retomada do “Minha Casa, Minha Vida” pode impulsionar diversas frentes da economia, como hidráulica, elétrica, móveis e arquitetura

Após o anúncio da possível volta do programa “Minha Casa, Minha Vida” pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o setor imobiliário está prevendo um crescimento positivo para 2023.

O otimismo se deve ao fato de que, com a retomada do programa social voltado para pessoas de baixa renda, muitos projetos de casas populares começam a ser colocados em prática Brasil afora, o que aquece os setores da construção civil e imobiliário, além de tantos outros que são essenciais para a execução dos projetos.

O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Crecisp), José Augusto Viana Neto, explica que o programa não possui importância somente para as pessoas que por ele são beneficiadas, como também para todo o ciclo econômico-social, já que os setores e as classes sociais operam em conjunto em uma relação de interdependência. 

“É um programa que foi vitorioso no passado e sem o atendimento dessa camada mais baixa da população com imóveis de caráter social, o mercado todo fica muito travado, porque ali é a base da pirâmide. Então, se a base da pirâmide não é atendida, toda a parte superior também não funciona direito”, explicou o presidente do Crecisp.

Viana Neto destaca, ainda, que a volta do programa de casas populares é um bom sinal para a economia em geral, pois movimenta diversos segmentos que não só a construção civil, como hidráulica, elétrica, móveis, arquitetura, entre outros.

“Para produzir essas unidades, há necessidade de movimentar toda a indústria periférica que gira em torno do mercado imobiliário, como o setor hidráulico, elétrico, de tintas, lustres, móveis e pessoas que trabalham com arquitetura. Tudo funciona em torno desse mercado. Então, os recursos que entram na sociedade e passam a circular porque esses projetos estão sendo desenvolvidos é uma promoção muito forte do desenvolvimento econômico”, afirmou Viana Neto.

O presidente ressalta que o mercado de compra de imóveis novos ficou estagnado neste ano, pois com o aumento expressivo da Taxa Selic, as pessoas passaram a ficar receosas em financiar imóveis junto a bancos e instituições financeiras devido aos altos juros, o que dificultaria o pagamento das parcelas pelas famílias.

Mas, o cenário em que a Taxa Selic se estabilizou e agora segue para uma tendência de queda, somado ao período pós eleição, que também seguirá para uma certa estabilidade após a definição de um governo, são fatores que também contribuirão para o reaquecimento do setor imobiliário e da construção civil no próximo ano.

“A partir do momento que a taxa se estabilizou começa a retornar a confiança de que a maior possibilidade é a de que os juros voltem a cair e nós estamos nessa expectativa e acreditamos que o mercado volte a crescer. Somando tudo isso ao período pós eleição em que se define uma equipe econômica, isso dá mais segurança para os investidores e também para os compradores na hora de fazer negócio”, destacou o presidente.

Fonte: A Cidade ON