Venda de imóveis atinge R$ 347 mi no CE no 2º tri
Foram comercializadas 582 unidades entre abril e junho, um avanço de 10% ante o primeiro trimestre.
O setor imobiliário apresentou, no segundo trimestre, os primeiros sinais de reversão da trajetória de queda das vendas, deixando os empresários otimistas com os resultados do ano.
Entre abril e junho, foram vendidas 582 unidades na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) pelas 60 maiores construtoras, com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 347 milhões, segundo dados do Flash Imobiliário apresentados nessa sexta-feira (14) pela Lopes Immobilis.
O valor representa um aumento nominal de 3% ante o mesmo período do ano passado, quando foram vendidos R$ 381 milhões, mas também de crescimento de 13% em comparação aos três primeiros meses de 2017. Já o número de unidades comercializadas no segundo trimestre caiu 5% em relação ao mesmo período do ano passado, mas também representou um avanço de 10% ante o trimestre anterior.
Do total de imóveis comercializados entre abril e junho, 468 foram residenciais verticais, 42 comerciais, 41 para segunda moradia e 31 residenciais horizontais. O estoque ficou em 7.085 unidades, uma queda de 8,4% no ano. Já o indicador Vendas sobre Oferta (VSO), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, foi de 2,2% para o acumulado de 2017.
Crescimento
Com a reação, o setor espera um crescimento ainda mais significativo para o segundo semestre, que costuma ser mais aquecido.
O sócio-diretor executivo da Lopes Immobilis, Ricardo Bezerra, aposta que as vendas de 2017 irão superar as do ano passado, ainda que as vendas do primeiro semestre não tenham superado as do mesmo período do ano anterior. “Como estamos em um viés positivo, podemos bater os R$ 2 bilhões no ano”.
Para ele, os meses de maio e junho surpreenderam em volume de vendas, considerando a instabilidade do cenário político nacional. “Isso mostra que o País, a construção civil e o mercado imobiliário estão andando. O segundo trimestre de 2017 saltou em relação ao primeiro, enquanto no ano passado essa variação tinha sido negativa. Estamos numa crescente”, avalia o executivo da Lopes.
Destaque
Um destaque entre os dados apresentados foi o aumento do ticket médio para as unidades residenciais verticais, que aumentou 9% em junho ante o mês anterior, atingindo o valor de R$ 689.440. “Isso mostra que estamos vendendo também para a classe média e alta porque, se fossem só unidades populares, esse ticket médio seria de cerca de R$ 400 mil. Isso significa que estamos crescendo”, afirma Ricardo Bezerra.
Ranking
Também foram reveladas, ontem, as construtoras que mais venderam no primeiro semestre e no segundo trimestre.
A BSPAR foi classificada em primeiro lugar, com VGV de R$ 59 milhões no semestre, seguida pela Mota Machado, com R$ 55 milhões e pela Moura Dubeux, com R$ 50 milhões.
Já no trimestre, a Mota Machado ficou com a primeira colocação, com R$ 35 milhões, seguida pela BSPAR, com R$ 27 milhões, e pela Moura Dubeux, com R$ 23 milhões.
De acordo com Renata Santos, superintendente comercial da BSPAR, a retomada da economia aliada à queda da taxa de juros tem formado um mercado mais propício, com melhores condições de financiamento bancário. “No momento, é uma venda mais qualitativa. O cliente está procurando, é uma venda mais lenta, mas ele quer um produto de valor agregado. Isso gera menos desistências”, destaca.
Reação
Para Emanuel Capistrano, diretor da Mota Machado, já é possível ver uma luz ao fim do túnel. “O segundo semestre também vai ser bom e esperamos, a partir do próximo ano, retomar o mercado – não naqueles patamares que tínhamos antigamente, mas que viabilizem novos lançamentos”, pontua Capistrano.
Ele destaca ainda que a empresa tem produtos prontos para lançar e aguardam uma melhora mais significativa do mercado, talvez ainda neste ano.
Já Pedro Saboia, gerente de incorporação da Moura Dubeux, avalia que a retomada das vendas de tickets mais caros mostra que o consumidor está perdendo o medo de gastar.
“O que a gente imagina é que todo mundo perdeu o medo dessa crise política e vai voltar no segundo semestre realmente para concretizar seu sonho que é comprar seu imóvel”, destaca Saboia, apontando que a construtora espera encerrar o ano com saldo positivo ante 2016.