Construção civil no Ceará: crescimento no segundo semestre e R$ 2 bi em imóveis

Presidente da entidade, Patriolino Dias, acredita que o mercado em 2020 no Estado vai vender de tudo um pouco. Novos lançamentos também são aguardados

A construção civil no Ceará em 2020 vai experimentar um caminho de retomada. A estabilização da economia com a redução dos juros pode turbinar os novos lançamentos, mesmo que de maneira tímida. A projeção em Valor Geral de Vendas, contudo, é otimista: R$ 2 bilhões para o ano corrente. Na esteira do crescimento, entre 2% e 3% em relação ao ano de 2019.

As projeções são do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, que tomou posse da entidade na noite de ontem, 6. Ao Focus, declarou que as construtoras e incorporadoras estão vacinadas contra uma eventual crise. “Há quatro anos, estávamos com um estoque alto. Continua, mas de maneira bem inferior ao registrado em 2016”, destacou. Antes, 13 mil unidades estavam encalhadas no mercado local. Hoje são 8 mil imóveis esperando por um comprador.

“Nesses anos, não foi lançado praticamente nada. Mas acredito que dentro de um ano e meio algumas tipologias irão faltar. Com base nisso, no segundo semestre teremos as construtoras investindo novamente”, ressalta o empresário.

Os destaques serão pulverizados. “É um pouco de cada coisa. O Minha Casa Minha Vida acontecendo, com uma base grande da pirâmide. Há também os supercompactos em mercados consolidados (Aldeota e Meileres), além dos empreendimentos de altíssimo padrão em regime de condomínio fechado. Para o fim de 2020, os imóveis de alto padrão com três ou quatro quartos serão lançados”, especula.

A construção civil também experimentou o amargor do distrato. “O construtor lançava, vendia e o comprador desistia do imóvel.  Hoje conseguimos equilibrar a balança com a nova lei.  Se ele pedir para abrir mão do empreendimento, perderá até 50% do que investiu”, pontua.

Minha Casa Minha Vida
Com relação ao Minha Casa Minha Vida, os repasses seguem em atraso. Ao todo, são R$ 15 milhões em um prazo que varia de 30 a 45 dias. “Esperamos que nas próximas semanas isso seja colocado em dia. Vamos unir esforços para com a CBIC empreender um diálogo com o Governo Federal para que o MCMV vire um programa de Estado”, explica.

Áreas promissoras
Aldeota e Meireles ainda lideram as regiões preferenciais na escolha de um imóvel, assim como o município de Eusébio. Guararapes e a periferia de Fortaleza também se encontram no rol de “promessas.”

“Na periferia, as pessoas procuram o MCMV. Eu também diria que toda a faixa sul da Capital segue na via de expansão”, comenta o empresário. Juazeiro do Norte e Sobral, que também sofreram com a crise no passado, seguem a tendência de crescimento.  “Nos empolgamos no passado com a bonança do ‘lançar e vender’. Acredito que agora o mercado ficará saudável”, finaliza.

Perfil
Formado em Administração de empresas pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e em Direito pela Universidade de Fortaleza (Unifor), e com Pós-Graduação em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Patriolino Dias de Sousa, ingressou na vida empresarial em 1995, quando inaugurou sua primeira empresa, a Padaria La Focaccia. O sucesso no ramo o credenciou ao cargo à época de vice-presidente do Sindicato da Panificação do Estado do Ceará.

Atualmente, é presidente do Sinduscon-CE e diretor executivo da Dias de Sousa Construções há 25 anos, cujo trabalho rendeu à empresa o Prêmio Construtora do Ano pelo Sinduscon em três edições consecutivas (2013, 2014 e 2015). Foi, ainda, vice-presidente do Sinduscon-CE nas gestões de 2014-2016 e 2017-2019 e eleito no ano de 2015 como presidente da Comissão de Construção Civil e Imobiliária da Adece.

Fonte: focus.jor