Crédito para construção civil deve apresentar melhora em 2018
O Boletim Construção Civil do Ceper/Fundace referente ao mês de outubro deste ano, aponta que o mercado imobiliário parou de piorar e começa a se estabilizar, exceto pelos dados de financiamento imobiliário e do PIB da construção civil, que ainda se encontram em retração.
O mercado de crédito para a construção civil ainda sofre os efeitos da crise econômica brasileira. Apesar da liberação por parte do governo federal de R$ 11,7 bilhões para investimentos em infraestrutura municipal, até então não houve efeito positivo no financiamento imobiliário.
Seguindo a tendência nacional, o estado de São Paulo também apresentou uma trajetória decrescente das operações de crédito e dos financiamentos imobiliários. Na Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP), entre julho de 2016 e julho de 2017, o declínio no crédito foi um pouco menor: de 13,34% nas operações de crédito e 0,73% no financiamento imobiliário.
O cenário das quedas em Ribeirão Preto, que representava em fevereiro deste ano 74,26% das operações de crédito da região e 71,28% do financiamento imobiliário, se assemelha aos dados da Região Administrativa: 13,40% nas operações de crédito e 0,68% no financiamento imobiliário.
Análise – Com a recuperação da economia no segundo semestre de 2017 e com um crescimento mais vigoroso em 2018, os pesquisadores do Ceper vislumbram que deve ocorrer uma estabilização nos demais indicadores da construção civil e com possível recuperação em alguns deles. “No entanto, devido ao ambiente de incertezas, um cenário de recuperação mais evidente do segmento é esperado somente para 2019”, aponta Luciano Nakabashi, coordenador do Boletim Construção Civil.
PIB do setor – De acordo com os dados do IBGE, é possível notar que o PIB da construção civil atingiu seu ponto mais baixo no primeiro trimestre de 2017. Em comparação ao mesmo trimestre de 2016, a queda da construção foi de 6,9%.
O Índice de Confiança da Construção Civil aponta uma melhora de 1,8 p.p. em setembro de 2017, o maior patamar desde agosto de 2014. O principal componente responsável por impulsionar esse índice foi o indicador que mede demanda para os três meses seguintes, que subiu 3,9 no mês.
A utilização da capacidade instalada da construção civil avançou pelo terceiro mês consecutivo. Em setembro deste ano, o nível de utilização aumentou 3,5 p.p., alta que levou a um retorno ao nível vigente em março de 2016.