Desemprego fica em 6,2% em outubro, menor taxa em quase 13 anos
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,2% no trimestre finalizado em outubro, apontam dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da menor taxa de desemprego em quase 13 anos.
O que diz a Pnad
Cerca de 6,8 milhões buscam por uma colocação no mercado de trabalho. Houve queda de 0,6 ponto percentual na comparação com o trimestre de maio a julho de 2024, e queda de 1,4 ponto percentual na comparação com o mesmo trimestre de 2023, quando a taxa de desemprego estava em 7,6%.
É a menor taxa de desemprego da série histórica, iniciada em janeiro de 2012. O valor representa aquelas pessoas que não tinham trabalho, mas procuraram por um cargo.
Número total de trabalhadores do Brasil chega a recorde de 103,6 milhões. São 53,4 milhões de empregados no setor privado, dos quais 39 milhões com carteira assinada, e 14,4 milhões de empregados sem carteira. O número de empregados no setor público foi de 12,8 milhões. A proporção de pessoas com 14 anos ou mais trabalhando chegou ao maior percentual da série histórica: 58,7%.
A recorrente expansão da ocupação em 2024 tem gerado esses recordes, que ultrapassaram os anteriormente registrados.Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE
Aumento na ocupação foi puxado por indústria, construção e serviços. A população ocupada na indústria cresceu 2,9% (mais 381 mil pessoas), enquanto na construção o crescimento foi de 2,4% (mais 183 mil pessoas), na comparação com o trimestre móvel anterior (maio a julho). Já o número de trabalhadores em outros serviços subiu 3,4% (mais 187 mil pessoas). Juntas, essas atividades econômicas ganharam mais 751 mil trabalhadores no trimestre.
40,3 milhões na informalidade
Taxa de informalidade chega a 38,9%. A taxa de informalidade (proporção de trabalhadores informais na população ocupada) foi de 38,9%, o que equivale a 40,3 milhões de trabalhadores. Esse é o maior número de trabalhadores informais desde 2016. Já a taxa foi maior que a do trimestre móvel anterior (38,7 %) e menor que a do mesmo trimestre de 2023 (39,1 %).
Informalidade foi puxada pelo recorde em trabalhadores sem carteira assinada. A alta na informalidade foi puxada pelo novo recorde de trabalhadores sem carteira assinada, uma vez que o número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões) ficou estável.
Rendimento ficou em R$ 3.255 no trimestre. O rendimento real habitual cresceu 3,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Em comparação ao trimestre imediatamente anterior, não houve variação significativa. Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) chegou a R$ 332,6 bilhões, alta de 2,4% (mais R$ 7,7 bilhões) no trimestre e de 7,7% (mais R$ 23,6 bilhões) no ano.
Subutilização caiu
Taxa de subutilização foi a menor desde 2014. A taxa subutilização ficou em 15,4%, o que representa queda de 0,8 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior e queda de 2,1 ponto percentual na comparação anual. Foi a menor taxa para um trimestre encerrado em outubro desde 2014, quando a taxa era de 14,8%. A população subutilizada ficou em 17,8 milhões. A subutilização representa a soma da população desocupada, subocupados por insuficiência de horas e aqueles que não estão ocupados nem desocupados, apesar de possuírem potencial para integrar a força de trabalho.
A população subocupada por insuficiência de horas ficou em 5,1 milhões no trimestre. Houve queda de 5,8% na comparação anual e não houve variação significativa na comparação com o trimestre anterior imediatamente anterior. Já população fora da força de trabalho (66,1 milhões de pessoas) recuou 0,9% no trimestre e 0,8% no ano.
A população desalentada ficou em 3 milhões de pessoas, menor número desde abril de 2016. O número de desalentados recuou 5,5% na comparação com o trimestre anterior (menos 176 mil pessoas) e recuou 11,7% (menos 403 mil pessoas) na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O percentual de desalentados ficou em 2,7%. São considerados desalentados aqueles que não procuram por emprego, mas que gostariam de trabalhar.
O que é a Pnad Contínua
Divulgado desde 2012, o estudo do IBGE abrange todo o território nacional. Em suas coletas, a pesquisa avalia indicadores relacionados à força de trabalho entre a população com 14 anos ou mais. O grupo é aquele que integra a População Economicamente Ativa do país.
Os indicadores utilizam as informações dos últimos três meses para a pesquisa. Assim, os dados produzidos mensalmente pela Pnad não refletem a situação de cada mês, mas, sim, o desempenho de cada trimestre móvel do ano. Sendo assim, os números atuais mostram como foi mercado de trabalho entre os meses de junho e agosto de 2024.
Taxa de desemprego é formada por quem busca e não consegue emprego. O grupo é caracterizado por pessoas de dentro da força de trabalho que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar emprego. O método utilizado pelo IBGE excluí do cálculo todos os que estão fora da força de trabalho, como um estudante universitário que dedica seu tempo somente aos estudos e uma dona de casa que não trabalha fora.