IBP projeta investimentos de R$ 118 bi em infraestrutura até 2035
Montante será necessário para garantir o abastecimento nacional de combustíveis, diz instituto
Serão necessários R$ 118 bilhões em investimentos em infraestrutura para atender à demanda nacional de combustíveis até 2035. É o que aponta estudo publicado pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), que representa empresas do setor. Eis a íntegra (2 MB).
Do montante mapeado, de R$ 8,2 bilhões a R$ 8,8 bilhões são investimentos diretos em infraestrutura de distribuição de combustíveis, enquanto R$ 109 bilhões são investimentos em ferrovias para atender a diversos setores da economia.
“O Brasil tem que ter investimento, de uma maneira geral, para poder garantir o abastecimento. Então, é preciso melhorar seja a forma de entrada do produto no Brasil seja a forma como o produto é distribuído”, afirmou ao Poder360 a diretora de Downstream do IBP, Valéria Lima.
O instituto considerou 2 cenários: a conclusão do programa de desinvestimentos da Petrobras no refino, com alienação das 8 refinarias prevista em acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica); e a alienação de só duas refinarias, na Bahia (Mataripe, já vendida) e no Amazonas (Reman, em análise pelo Cade).
No 1º cenário, os investimentos diretos somariam R$ 8,8 bilhões. No 2º, R$ 8,2 bilhões. A diferença é explicada por um eventual aumento da competição entre as refinarias privatizadas pela Petrobras, segundo o IBP.
No cenário com a venda das unidades no Sul do país –a Repar (PR) e Refap (RS), hoje na 2ª fase do processo de alienação–, os agentes entrantes teriam maior estímulo para aumentar a infraestrutura de escoamento da produção com a construção de trechos de oleodutos, que juntos custariam R$ 570 milhões.
“Quando você começa a ter agentes diferentes nesses polos de refino, o próprio refinador quer facilitar a entrada do produto dele em outro mercado. Então, pode haver interesse do próprio refinador em construir o duto”, disse Lima.
O estudo considerou o escoamento de derivados de petróleo de cadeias superavitárias para localidades com mais demanda que oferta de combustíveis, cujos fluxos seriam influenciados pelos custos logísticos.
De acordo com o IBP, o retorno dos investimentos diretos em infraestrutura nos 2 cenários levaria entre 4 e 5 anos, período considerado curto pelo instituto. Com a venda das refinarias, a redução dos custos operacionais seria de R$ 2 bilhões por ano. Com a alienação de duas das 8 previstas, é estimado em R$ 1,65 bilhão.
Entre as premissas do estudo, está a conclusão da 2ª fase da Rnest (em Pernambuco), prevista para 2025. A refinaria está à venda pela Petrobras e poderia ampliar a produção de diesel no país.
De acordo com o estudo, a demanda por diesel A (sem adição de biodiesel) deve chegar a 63 bilhões de litros por ano em 2035, quando a oferta será de cerca de 50 bilhões de litros – considerando o 1º cenário.
INVESTIMENTOS MULTISETORIAIS
O IBP listou ferrovias já licitadas, sem considerar possíveis efeitos do Marco Legal das Ferrovias, aprovado em 2021. A legislação simplificou o processo de obtenção de outorga para construção das malhas.
Eis as malhas consideradas:
- Ferrogrão;
- Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste);
- EFC (Estrada de Ferro Carajás);
- Norte-Sul;
- Centro-Atlântica;
- Rumo Malha Norte;
- Rumo Malha Paulista;
- Nova Ferroeste.