Investimentos recuam 27,5% em abril e voltam ao nível de 2003
Produção de máquinas e equipamentos e construção civil foram os setores com maior retração.
O primeiro mês completo de distanciamento social para conter o avanço do novo coronavírus fez despencar o volume de investimentos na economia brasileira, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O tombo em abril foi de 27,5% em relação a março, o maior já registrado na série histórica com início em 1996. O resultado levou o nível de investimentos de volta ao patamar de 2003.
Na comparação com abril de 2019, a queda foi de 32,8%. Em março, os investimentos já haviam registrado recuo de 11,3% em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) mede os investimentos em máquinas, equipamentos, construção e pesquisa. No PIB do primeiro trimestre, que recuou 1,5%, o item surpreendeu positivamente com uma alta de 3,1%. Mas o resultado refletiu o efeito pontual da contabilização da importação de plataformas de petróleo.
Entre os itens que compõem o Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), os investimentos em máquinas e equipamentos recuaram 39,4% em abril, em relação a março. A produção nacional desses itens diminuiu 43,4%, enquanto a importação recuou 27,6%.
A construção civil, por sua vez, encolheu 19,6% entre abril e março, enquanto os outros ativos fixos (como pesquisa e desenvolvimento, propriedade intelectual, lavouras permanentes e gado de reprodução) recuaram 15%.
Com o resultado do mês, o trimestre móvel encerrado em abril fechou com uma retração de 11%, em relação ao trimestre anterior. Em relação a igual período de 2019, os investimentos encerraram o trimestre em patamar 9,5% inferior. No acumulado de 12 meses, o indicador ainda tem alta de 0,2%.