Obras de infraestrutura vão alavancar indústria do cimento
Com projeção de alta de 20% a 40%, o segmento imobiliário também deve impulsionar a expansão da atividade
Com sinais de melhora da economia brasileira, a indústria do cimento espera um aumento no consumo de 1% a 2% neste ano. Apesar de ter registrado leve queda nas vendas no primeiro bimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, o setor aposta na recuperação da indústria da construção civil para obter os primeiros resultados positivos desde 2014. No Ceará, a expansão do setor deve ser impulsionada por obras de infraestrutura pública e pelo segmento imobiliário, que projeta um crescimento entre 20% e 40% para o ano, com os novos lançamentos.
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), Paulo Camillo Penna, aponta um cenário mais otimista para a indústria do cimento do País em 2018 devido à recuperação do setor de construção. “A atividade da construção civil foi a que mais sofreu com a prolongada recessão, entretanto alguns de seus indicadores começam a apresentar sinais de recuperação. Acreditamos que o consumo de cimento fique entre 1% e 2% em 2018, porém, mesmo com esse crescimento, a capacidade ociosa da indústria permanecerá num nível elevado, próximo a 45%”.
No acumulado de janeiro e fevereiro, as vendas de cimento no Nordeste somaram 1,7 milhão de toneladas. A região ficou atrás apenas do Sudeste, que acumulou 3,9 milhões toneladas no período. Em seguida aparecem as regiões Sul (1,3 milhão de toneladas), Centro Oeste (813 mil toneladas), e Norte (377 mil toneladas). Nesse período, porém, as vendas no Nordeste registraram uma queda de 7,0% na comparação com o mesmo período do ano anterior, sendo a segunda maior retração entre as regiões, atrás da região Norte (- 11,7%), ante o mesmo período do ano anterior.
As demais regiões apresentaram crescimento nesse período, sendo o maior no Centro Oeste (3,6%), seguido por Sudeste (3,0%) e Sul (0,9%). Considerando apenas fevereiro, as vendas internas de cimento no País somaram 3,9 milhões de toneladas, o que representou uma queda de 0,8% em relação a fevereiro de 2017, enquanto em janeiro e fevereiro as vendas atingiram 8,2 milhões de toneladas, acumulando queda de 0,4%, em relação ao primeiro bimestre do ano passado, conforme o Snic.
Penna diz que os resultados negativos foram influenciados pelas chuvas ocorridas em diversas regiões do País, mas que ainda assim estão em linha com as expectativas de recuperação de demanda em 2018. “O desempenho de fevereiro poderia ter sido melhor se não fosse o clima. Observamos nos últimos meses uma desaceleração no ritmo da queda. Neste primeiro trimestre, o consumo ainda deve apresentar resultados negativos, mas no segundo trimestre devemos ver os primeiros números positivos desde 2014”.
De janeiro a julho de 2017, o Ceará foi o estado que mais produziu cimento no Nordeste, com 1,3 milhão de toneladas, o equivalente a 19,8% do total produzido na região. No mesmo período, o Estado consumiu 1,1 milhão de toneladas, equivalente a 15,2% do consumo do Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia, na região. Nesse período, o Ceará foi responsável por 4,2% da produção de cimento do Brasil e por 3,6% do consumo. Atualmente, o Ceará possui três fabricantes de cimento: Apodi, com unidades no Pecém e Quixeré; Votorantim, com fábricas em Sobral e Caucaia; e João Santos, com uma unidade em Barbalha.
Importação
Em fevereiro, o consumo aparente de cimento (vendas no mercado interno mais importações) totalizou 3,9 milhões de toneladas no Brasil, queda de 1% ante igual mês do ano anterior. No acumulado em 12 meses, a queda atingiu 4,9%. Já as exportações no primeiro bimestre somaram 9 toneladas.
Fonte: Diário do Nordeste