Projeção da inflação é reduzida pela quinta vez

As expectativas foram anunciadas no Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC)

A projeção da inflação caiu pela quinta vez consecutiva. Com a publicação do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), as expectativas do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, caíram de 7,30% para 7,15% neste ano.

Apesar da queda, os números continuam acima da meta de inflação para 2022 — de 3,5% neste ano, com 1,5 ponto percentual para cima (limite de 5,25%) ou para baixo (limite de 2,25%) —, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. No boletim, também foram divulgadas as expectativas para os próximos anos: de 5,33% para 2023; 3,3% para 2024 e 3% para 2025.

Os dados são relativos a junho — mês em que o IPCA registrou crescimento de 0,67%, acúmulo de 5,49% no ano e 11,89% em 12 meses. A variação relativa ao mês de julho só deve ser publicada no próximo dia 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

TAXA SELIC

A taxa Selic, entretanto, pode aumentar. Apesar de ter sido definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o órgão sinalizou que, na reunião que acontece hoje (2) e quarta-feira (3), a chance de elevar a taxa em mais 0,5 ponto percentual é uma possibilidade real.

Utilizada para alcançar a meta de inflação ao influenciar todas as taxas de juros do país (como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras), a taxa Selic é o principal instrumento de controle do BC sobre a política monetária. Através da compra e venda diária de títulos públicos federais, aumentando ou diminuindo a oferta deles, os juros são mantidos em valores próximos ao definido pelo Copom.

Segundo o mercado financeiro em um geral, a previsão é de que a Selic suba, em julho, para 13,75% ao ano e encerre 2022 nesse patamar. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11% ao ano. E para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,5% ao ano, respectivamente.

Quando a taxa básica de juros aumenta, os juros dos créditos aumentam, como consequência, e acabam estimulando a poupança — o que mantém a demanda aquecida. Entretanto, as taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Com a redução da Selic, por outro lado, o crédito fica mais barato, a produção e o consumo são incentivados e o controle da inflação, reduzido — o que estimula a atividade econômica.

PIB E CÂMBIO

A projeção para o crescimento da economia brasileira este ano também cresceu, de 1,93% para 1,97%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) — a soma de todos os bens e serviços produzidos no país — é de crescimento de 0,4%. Em 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente.

Fonte: AECWeb