Selic permanece em 13,75% a.a. pela sexta vez consecutiva
Em sua terceira reunião de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve, pela sexta vez consecutiva, a taxa Selic em 13,75% a.a, o que corresponde ao maior patamar desde o final de 2016. Desde 2015/2016 a Selic não era mantida inalterada, em um patamar tão elevado, por um período tão longo. De 30/07/15 até 19/10/16 a referida taxa permaneceu em 14,25% a.a.. Agora, ela está em 13,75% desde agosto/22.
Para a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, indicadores recentes da economia brasileira mostram sinais diferentes. Enquanto alguns demonstram fraqueza, outros sinalizam resiliência. “Mesmo assim, o ambiente geral é de incerteza e prejudicial aos setores produtivos, diante de juros tão altos por tanto tempo”, destacou.
Segundo Ieda, entre os indicadores com resultado positivo está o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central e que é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). O indicador aumentou 3,32% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal. Este resultado surpreendeu os analistas de mercado, cujas projeções apontavam para uma elevação bem mais modesta: 1,2%. “Mesmo os mais otimistas não esperavam elevação superior a 3%. No acumulado do primeiro bimestre a alta foi de 2,87%”, disse.
A economista destacou que o mercado de trabalho formal também mostrou números satisfatórios. Dados do novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, demonstraram que no acumulado dos primeiros três meses de 2023, o país já gerou mais de meio milhão de novos empregos com carteira assinada. “É um patamar elevado, mesmo considerando que ele é inferior ao registrado no mesmo período dos últimos dois anos”, apontou.
Por outro lado, lembrou Ieda, a taxa de desemprego cresceu no 1º trimestre deste ano, em relação aos últimos três meses de 2022, passando de 7,9% para 8,8%. Em comparação a igual período do ano passado (11,1%) observa-se redução de 2,4 pontos percentuais, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É importante considerar que o país ainda possui 9,4 milhões de pessoas desempregadas. Portanto, o mercado de trabalho nacional ainda precisa melhorar muito”, enfatizou.
A ação integra o projeto “Inteligência Setorial Estratégica”, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).