Construção civil vai intensificar transformação digital após pandemia, diz estudo
Se já existe alguma certeza sobre o mundo pós-pandemia é a de que seremos cada vez mais tecnológicos. O processo de transformação digital se tornou prioridade do dia para a noite em uma boa parte das empresas. Planos que foram avaliados por anos, mas postergados por pura comodidade, saíram das gavetas e se tornaram a única opção para a manutenção do faturamento da maioria.
Essa realidade fica ainda mais evidente com a pesquisa realizada pela Prospecta Obras, startup que mapeia as obras em andamento no Brasil, que buscou entender os impactos da adoção de novas tecnologias no setor de construção civil.
O dado mais revelador é o de que 87% das empresas entrevistadas pretendem aumentar os investimentos, contra apenas 8% que afirmam a intenção de reduzir. A maioria, cerca de 53%, diz ainda não saber qual o percentual do faturamento deve ser destinado à área, mas 23% apontam que será algo em torno de 10% e outros 17% dizem que será ainda mais, chegando aos 20% do faturamento total da empresa. Para 68% dos entrevistados, a pandemia tornou o investimento em tecnologia ainda mais relevante. “O setor de construção civil é um dos mais atrasados em relação à transformação digital. A pandemia parece ter alterado o curso dessa história”, afirma Wanderson Leite, CEO da Prospecta Obras.
Entre as tecnologias mais promissoras estão Inteligência Artificial e robótica, com 37%, seguidas por Big Data, com 33%. O uso de drones aparece em terceiro lugar, com 18% dos votos. Quase 70% dos entrevistados afirmam que já adotam Big Data e que essa tecnologia faz parte da rotina. Contudo, apenas 12% já está familiarizado com robôs e inteligências artificiais. Chama atenção também o fato de que 67% das decisões de investimentos em tecnologia partes da diretoria, seguida pelo departamento de TI, com 21%.
As áreas que mais recebem os investimentos em tecnologia são: o marketing, com 61% dos recursos; e a área de operações, com 22%. Quando perguntados sobre os benefícios esperados da tecnologia, há praticamente um empate: 27% diz esperar um aumento nas vendas; 26% a redução de custos; 25% aumento de produtividade e 22% aumento de segurança. “Os números mostram que existe uma demanda latente por melhorias em diversos segmentos que podem ser promovidas por ferramentas tecnológicas. O próximo passo é incorporar essas soluções ao dia a dia das empresas”, evidencia Leite.
Sobre a expectativa do impacto da tecnologia, 39% dos entrevistados dizem que o foco é a criação de novos canais de venda, como e-commerce e serviços de delivery. Na sequência, estão as necessidades de melhoria na qualidade, com 26%; desenvolvimento de novos produtos, com 18%; e oferta de produtos mais baratos, com 27%. A pesquisa foi enviada para 7.600 empresas no período de 27 a 30 de abril.