95,21% das obras no país estão abaixo de 50% concluídas, segundo empresa
“Quanto mais inicial o estágio da construção, maior o risco para o investidor e, consequentemente, maior a rentabilidade”, afirma Swiss Capital
A Startup Swiss Capital, através de Inteligência Artificial, criou o Índice Swiss Capital de andamento das Obras (ISCAO), que mensura como está o andamento das construções de imóveis comerciais e residenciais de todo o país. No total, são monitorados 604 empreendimentos, de 145 empresas distintas, com mais de R$ 24 bilhões em VGV. Atualmente, 95,21% das obras estão abaixo de 50% concluídas enquanto que, somente 4,79% estão acima deste percentual. “Quanto mais inicial o estágio da construção, maior o risco para o investidor e, consequentemente, maior a rentabilidade. Ainda assim, mesmo estando abaixo dos 50%, em certos casos faz sentido para o investidor pessoa física alocar recursos nesse projeto. Ocorre que ele obterá maior lucro. Ou seja, acima dos 50% é mais fácil conquistar o interesse do investidor institucional e, abaixo dos 50%, do investidor PF”, explica Alex Andrade, CEO da Swiss Capital.
As obras inacabadas da construção civil afastam os investidores de fundos de investimento, porque elas representam um alto risco financeiro e incerteza sobre o retorno do investimento. A afirmação é de Alex Andrade,, para quem os FIIs buscam segurança e previsibilidade. “Existe um problema ainda maior, que são as obras paralisadas. Estas indicam problemas como má gestão, falta de financiamento, ou imprevistos que podem atrasar ou impedir a conclusão do projeto. Esses fatores aumentam a probabilidade de perdas financeiras”, explica. Além disso, obras inacabadas afetam a confiança no setor e podem desvalorizar os ativos imobiliários envolvidos. “Para um investidor de fundo, é essencial que o projeto tenha um planejamento robusto, recursos adequados e uma execução eficiente para garantir a entrega dentro do prazo e do orçamento, assegurando assim o retorno esperado sobre o investimento”, diz.
Percentual de obra
Alex ressalta que quando um fundo de investimento procura a Swiss Capital, os administradores perguntam, primeiro, em que patamar está o percentual de obra, que diz respeito à etapa da construção. “Na prática, eles querem saber se está acima ou abaixo dos 50%”, frisa, acrescentando que estando acima, o investidor fica animado.
Alocação na prática
Conforme o executivo, quando incorporadoras estão iniciando obras abaixo, significa que já começaram, o que é muito importante para o país. “O que move a economia do país não é apenas o agronegócio, mas o mercado imobiliário. Quando apresentamos esses números para o mercado, ele sabe que a construção está em alta. Ou seja, há sempre gente construindo. O que impulsiona a economia não é a venda final do imóvel, mas sim, o incorporador com dinheiro para concluir a obra. Esse número é extremamente importante”, afirma.
Alex elenca que esse dado mostra algo positivo, tanto para equipes abaixo do referido percentual quanto para acima. “Quando o cliente entra na plataforma [da Swiss], ele geralmente não quer usar seu próprio capital para iniciar a obra, então busca financiamento externo. Independentemente de estar abaixo ou acima, o empreendimento acontecerá, o que é bom para o mercado brasileiro. Isso beneficia a construção civil, fornecedores de materiais, arquitetos, toda a cadeia de serviços e contratação de trabalhadores, como pedreiros e mestres de obra. Envolve toda uma cadeia e é extremamente importante para o mercado entender essa dinâmica”, conclui.