Cbic eleva pela 2ª vez projeção de crescimento para a construção em 2024
Entidade elevou a previsão de 2,3% para 3% com mercado de trabalho resiliente e expectativas melhoradas do empresariado
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) elevou pela segunda vez sua projeção de crescimento para o setor em 2024, citando, entre outros fatores, expectativas positivas para o crescimento da economia brasileira e maior incremento do financiamento imobiliário com recursos do FGTS.
A entidade elevou a previsão de crescimento este ano de 2,3% para 3%, conforme comunicado divulgado nesta segunda-feira. A Cbic já havia ampliado uma previsão anterior em março, que indicava acréscimo de 1,3% no ano para o setor.
Segundo a Cbic, a perspectiva positiva para o crescimento da economia brasileira no ano, um mercado de trabalho resiliente e expectativas melhoradas do empresariado da construção sobre novos lançamentos imobiliários, geração de emprego e compra de insumos impulsionaram a revisão da projeção pela entidade.
Também contribuiu para a melhora da perspectiva um salto nos financiamentos imobiliários com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, de acordo com a Cbic.
As contratações de crédito imobiliário via FGTS saltaram 75% nos primeiros seis meses de 2024, para R$ 67,2 bilhões, segundo dados deste mês da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), reflexo das novas medidas do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
A Abecip prevê que os financiamentos imobiliários, incluindo os com recursos da poupança, subirão 7,8% este ano.
“O financiamento para obras de construção civil — em especial de habitação — depende fortemente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do FGTS.
No monitoramento da movimentação dessas duas fontes de recursos, a Cbic verificou que o SBPE teve dois meses de captação líquida positiva por dois meses consecutivos, em maio e junho, o que não acontecia há quase três anos”, afirmou a Cbic em comunicado.
A entidade destacou, contudo, que houve perda de recursos na caderneta de poupança no primeiro semestre, motivada principalmente pelos juros elevados que “continuam prejudicando o rendimento da poupança e, por consequência, sua atratividade”.
Expectativo dos empresários do setor
A Cbic também divulgou nesta segunda a sondagem de julho com as perspectivas dos empresários da construção civil para o setor, que destacou como fatores positivos o ciclo de queda da taxa de juros (apesar do patamar ainda elevado), projeções favoráveis para o MCMV e expectativas em torno do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Os empresários ouvidos, no entanto, apontam que a elevada carga de impostos sobre o setor é a principal causa de preocupação”, disse a entidade, acrescentando que a falta ou o alto custo da mão de obra não qualificada também se mostrou outra preocupação da indústria.