Fortaleza – CE | sábado 5 de julho de 2025 / 18:07

Vendas de materiais de construção crescem 28% no Ceará; preços também sobem

O segmento de materiais de construção está em alta desde o ano passado. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio do Estado do Ceará, divulgada pela Fecomércio, o volume de vendas teve aumento de 28% nos últimos 12 meses.

O segmento de materiais de construção está em alta desde o ano passado. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio do Estado do Ceará, divulgada pela Fecomércio, o volume de vendas teve aumento de 28% nos últimos 12 meses. A variação leva em conta dados do mês de maio.

O segmento foi o que teve maior aumento no período analisado, seguido por móveis (26,2%) e equipamentos e materiais para escritório (25,3%).

Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, reforçam o cenário. Em maio, o peso do setor de construção na receita do estado foi maior: 11,2%, frente 8,6%, de fevereiro de 2020, considerado pré-pandemia.

Também houve aumento nas receitas das empresas do setor no Estado, em 3,4%. Essa é a terceira alta consecutiva.

Em meio ao crescimento nas vendas, o preço dos materiais e insumos está também está aumentando, o que preocupa a construção civil. De acordo com dados cedidos pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), houve alta de até 138,7% em insumos entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021.

AUMENTO DA PROCURA

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Maquinismo, Ferragens e Tintas de Fortaleza (Sindimac), Cid Alves, pontua fatores que influenciaram no aumento da demanda e consequente aumento nos preços.

No ano passado, a Selic chegou ao menor patamar histórico, em 2% ao ano. Isso incentivou o crédito, levando pessoas tanto a comprar mais imóveis como a buscar dinheiro nos bancos para fazer reformas e construções.

O aumento da demanda mundial também colaborou para as vendas no Estado. Com o dólar alto, indústrias de material de construção começaram a exportar, diminuindo ou acabando com o volume de produtos em estoque e aumentando os preços. Os valores também foram afetados por fatores externos.

Houve também um aumento de preços do transporte marítimo, o frete marítimo subiu para mais de o dobro, quase o triplo do preço. Teve aquele navio encalhado, aumentou o preço do frete. Também tivemos aumento dos combustíveis e da energia elétrica

CID ALVES
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Maquinismo, Ferragens e Tintas de Fortaleza (Sindimac)

O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Ribeiro, acrescenta que a paralização de fábricas de insumos diante da pandemia levou a um desbalanço de oferta e demanda no mercado.

Para ele, o pagamento do auxílio emergencial contribuiu para uma maior busca por insumos de forma doméstica.

“Com o auxílio emergencial, muitas pessoas que sequer tinham banheiro em casa ou precisavam fazer reformas, partiram para comprar cimento, tijolo, PVC, lavatórios. Compras pequenas, mas feitas por milhões de pessoas. O que aconteceu é que sumiu o material do mercado, com a alta procura o preço cresceu”, explica Patriolino.

O presidente do Sindimac projeta que a demanda continuará alta em 2021. Para o primeiro semestre de 2022 a expectativa é de algum desaquecimento, seguido de grande crescimento para o setor no segundo semestre do ano que vem.

PRODUTOS EM FALTA E PREÇOS MAIS ALTOS

Cid destaca que a busca excessiva levou ao esgotamento de estoque de alguns produtos, sobretudo a matéria prima que dá brilho aos materiais e cerâmicas.

“Teve uma normalidade, mas ainda está muito longe de uma disponibilidade de antes da pandemia. Teve o próprio câmbio, uma cesta de fatores que faz com que nossos setores tivessem um aumento grande de preços”, explica.

Patriolino relata que no ano passado tijolo e cimento tiveram altas expressivas, mas voltaram os preços a normalidade. O grande vilão do momento é o aço.

Ele afirma inclusive que o estado já está buscando importar a matéria prima da Turquia, o que trará uma economia de 20% para o setor mesmo com os custos de frete e a variação do câmbio.

Conforme dados do Sinduscon, o Vergalhão CA 60 5 e 6 mm, que custava R$ 4,08 em janeiro do ano passado agora custa R$ 9,74, um aumento de 138,7%. Veja as maiores variações.

Fonte: Diário do Nordeste

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