Construção civil: 97,52% das obras no país estão abaixo de 50% concluídas
Atualmente, 97,52% das obras no Brasil estão abaixo de 50% concluídas enquanto que, somente 2,48% estão acima deste percentual. Foi o que apontou o Índice Swiss Capital de andamento das Obras (Iscao), medido pela da Startup Swiss Capital para ver como está o andamento das construções de imóveis comerciais e residenciais de todo o país. No total, são monitorados 831 empreendimentos, de 314 empresas distintas, com mais de R$ 38 bilhões em VGV.
Esse aumento em relação ao mês anterior é modesto, quando o Iscao mostrava que 95,21% das obras estavam abaixo de 50% concluídas.
“Quanto mais inicial o estágio da construção, maior o risco para o investidor e, consequentemente, maior a rentabilidade. Mesmo assim, em certos casos, faz sentido para o investidor pessoa física alocar recursos nesse tipo de projeto, em razão da maior rentabilidade. Claro que, acima dos 50% é mais fácil conquistar o interesse do investidor institucional e, abaixo dos 50%, do investidor PF”, explica Alex Andrade, CEO da Swiss Capital. Esse aumento do número de construtoras com obras abaixo de 50% reflete a crescente confiança e atividade no setor, impulsionada por condições favoráveis de crédito e incentivos governamentais.
As obras inacabadas da construção civil afastam os investidores de fundos de investimento, porque elas representam um alto risco financeiro e incerteza sobre o retorno do investimento. A afirmação é de Alex Andrade, para quem os FIIs buscam segurança e previsibilidade. “Existe um problema ainda maior, que são as obras paralisadas. Estas indicam problemas como má gestão, falta de financiamento, ou imprevistos que podem atrasar ou impedir a conclusão do projeto. Esses fatores aumentam a probabilidade de perdas financeiras”, explica. Além disso, obras inacabadas afetam a confiança no setor.
“Para um investidor de fundo, é essencial que o projeto tenha um planejamento robusto, recursos adequados e uma execução eficiente para garantir a entrega dentro do prazo e do orçamento, assegurando assim o retorno esperado sobre o investimento”, diz.
“O que move a economia do país não é apenas o agronegócio, mas o mercado imobiliário, grande gerador de empregos. Quando apresentamos esses números para o mercado, ele sabe que a construção está em alta. Ou seja, há sempre gente construindo. O que impulsiona a economia não é a venda final do imóvel, mas sim, o incorporador com dinheiro para concluir a obra. Esse número é extremamente importante”, afirma Alex.
Por outro lado, pesquisa divulgada hoje pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) intitulada Termômetro da Indústria de Materiais de Construção, indica que agosto foi um mês positivo. Segundo o levantamento, 52% das empresas classificaram o período como bom, enquanto para 4% o mês foi muito bom. Para 35% foi regular e somente 9% consideraram ruim.
Para setembro, a expectativa dos associados segue positiva, com 65% estimando o período como bom e 4% considerando o próximo mês como um momento muito bom para as vendas. Para 30%, setembro deve ter regularidade. Não houve indicações negativas para o próximo mês.
Sobre investimentos, 65% dos associados indicaram que pretendem investir nos próximos 12 meses. Em agosto de 2023 essa pretensão era de 62% dos associados.
O nível de utilização da capacidade instalada ficou mantida em 77% na média das empresas, mesmo valor indicado em julho deste ano e 8 p.p. a mais em relação a agosto de 2023.
“O mês de agosto continuou trazendo resultados positivos para a indústria de materiais de construção, com mais da metade das empresas associadas classificando o período como bom. Esses números refletem um cenário de crescimento gradual do setor, consolidando cada vez mais a projeção de crescimento de 3% perante 2023 elaborada pela FGV”, explica Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.