Porcelanato líquido é nova opção para residências

Sempre que uma novidade chega ao mercado, vem acompanhada de muitas dúvidas e surpresas. É o que está acontecendo com o revestimento batizado popularmente de porcelanato líquido. O nome dado a uma resina, que aplicada no chão resulta numa peça única, de alto brilho, faz referência ao piso cerâmico que é sucesso entre aqueles que buscam sofisticação, qualidade e beleza em seus ambientes.

Porém, segundo explica Thiago Morais Lopes, profissional especializado na aplicação dos pisos líquidos ou pisos de resina epóxi — denominações mais corretas para o produto — não há qualquer relação entre o porcelanato tradicional e o epóxi. “Porcelanato é uma placa cerâmica compactada com seus minerais em altíssima temperaturas. Já o porcelanato líquido é um nome fantasia, porque o material se solidifica deixando o líquido, depois do tempo correto de cura, como se fosse uma “pedra” homogênea”, explica.

A resina usada para dar o efeito uniforme (sem emendas ou rejuntes) é uma epóxi autonivelante, sem solventes. Na maioria dos casos ela pode ser aplicada diretamente sobre o cimento, contrapiso ou um revestimento antigo — sem necessidade de quebradeira, formação de entulho ou poeira. As exceções ficam por conta dos tacos de madeira, pisos vinílicos e carpetes, que precisam ser removidos antes da aplicação da resina. De acordo com Thiago, o material é trabalhado líquido e depois de três dias já está totalmente solidificado. Portanto, esse é o período em que o cômodo precisa ficar sem uso.

Essa praticidade na instalação tem feito com que o piso, que sempre foi bastante escolhido para ambientes comerciais — como cozinhas de restaurantes, clínicas, farmácias, entre outros — chegue às residências. “Ele é recomendado para ambientes internos. Não escorrega e é muito resistente a impactos.” Um dos motivos que chama a atenção dos consumidores para o produto é sua homogeneidade — a impressão que se dá, ao olhar, é de que o ambiente está sempre limpo e o piso é bem fácil de se manter assim.

Thiago confirma que isso é verdade. “A durabilidade dele é grande, bem maior que uma peça de porcelanato comum. E os cuidados são os mesmos.” Numa sala de jantar, por exemplo, onde as cadeiras são puxadas com frequência, vale a pena colocar espumas ou feltros de proteção nos pés para evitar riscos. “A cada 60 dias é interessante também fazer o polimento com uma cera comum, para a volta do brilho”, ensina o profissional. No dia a dia, vassoura e um pano molhado com água e detergente neutro são suficientes. “Esse tipo de piso só vai trincar se o estrutural do imóvel — o contrapiso — trincar também”, diz Thiago. E, se um dia a ideia for mudar de novo, Thiago explica que não há necessidade de retirada da resina para a aplicação de qualquer outro piso no mesmo local.

Mercado escasso 

Ao pesquisar sobre a existência de empresas que realizam a aplicação de porcelanato líquido, o consumidor pode se deparar com uma dificuldade: ainda são poucos os profissionais nessa área, principalmente nas cidades do interior. O que existe, aos montes, são cursos de capacitação para quem pretende trabalhar com o material. E como qualquer produto novo, muito ainda está sendo aprimorado. “Do curso que eu fiz à minha primeira aplicação profissional, foram longas jornadas de desenvolvimento, investimentos e muitos testes antes com o produto.”

Nessa realidade, a dica para evitar um serviço que venha a decepcionar é consultar os próprios engenheiros e arquitetos responsáveis pela obra. Isso porque existem muitos tipos e qualidades de resinas, que acabam gerando, inclusive, orçamentos de valores bem diferentes. “Se você pega uma residência com um piso de rejuntes largos e profundos, vai gastar um pouco mais de material. Depende do tipo e da qualidade do piso existente no local. Um bom profissional, que vai fazer um serviço de qualidade e bem feito, vai cobrar a partir de R$ 145”, opina Thiago, referindo-se ao preço do metro quadrado aplicado.

Desenhos e 3D 

Uma das novidades que vem junto com a aplicação das resinas como pisos é também a possibilidade de incluir cores diversas e desenhos — alguns inclusive em três dimensões — para compor o ambiente. “Os de efeitos 3D são adesivos, de qualquer desenho escolhido pelo cliente. Depois da aplicação do adesivo é passada uma resina epóxi incolor. Há também os marmorizados, que são combinações de cores e técnicas de aplicação.”

Fonte: Obra 24horas