Retrofit se torna alternativa para revitalização de prédios antigos

Rio de Janeiro e São Paulo revelam experiências bem-sucedidas de restauração

A revitalização de centros urbanos por meio do retrofit – processo de reforma e restauração de prédios antigos para adaptá-los às necessidades modernas – tem sido adotada por um número cada vez maior de cidades com regiões degradadas. Essa possibilidade foi tema do Summit da Construção Civil, no painel Centros Históricos, os exemplos do Rio de Janeiro, São Paulo e Santos.

Presidente do Sinduscon-Rio, o engenheiro Cláudio Hermolin conta que, em 2019, a entidade realizou um levantamento e identificou 4 mil imóveis vazios e abandonados na região central do Rio de Janeiro. Na época, essa área tinha recebido apenas dois lançamentos residenciais em cinco anos.

“Um levantamento feito pelo Sinduscon mostrava que existiam 4 mil imóveis abandonados e algo precisava ser feito. Era necessária uma ação conjunta (Executivo, Legislativo e sociedade civil), rápida, emergencial e construímos um projeto que gerasse atratividade para o setor imobiliário para construir no Centro”, lembra Hermolin. “Criamos o projeto Reviver Centro e fizemos grandes avanços na legislação com o propósito de revitalizar o bairro a partir da transformação de imóveis comerciais em residenciais”.

O esforço tem mostrado resultado. Na capital fluminense, vantagens foram oferecidas a construtores, como bônus imobiliário (quem constrói no Centro terá vantagens em outras áreas da cidade) de até 100% para projetos residenciais por dez anos; possibilidade de reconstrução da volumetria original e isenção de qualquer instrumento oneroso para construir moradias no Centro em dez anos). Também houve isenção de ITBI (imposto sobre a transmissão de imóveis para outro dono), levando moradores ao Centro. Hoje, após a segunda fase do Reviver Centro, já são 37 projetos e 1.240 unidades vendidas – 66% são para famílias com renda de até dez salários mínimos.

Fonte: A Tribuna