Sustentabilidade na Construção Civil: desmistificando os impactos ambientais

sustentabilidade ambiental foi e é pauta de diversas discussões e, atualmente, compõe o propósito e valores de muitas empresas – a sustentabilidade na Construção Civil, inclusive, tem sido um tema recorrente neste nosso blog.

O famoso conceito que preconiza a preservação de recursos para as gerações presentes e futuras está amplamente difundido em todos os setores industriais e de prestação de serviços.

Contudo, quando falamos em impactos ambientais a situação é outra. Isto porque é comum que o entendimento sobre os impactos ambientais esteja fortemente atrelado ao que as mídias publicam.

Na década de 80 e 90, por exemplo, a grande preocupação foi a destruição da camada de ozônio, em virtude do aumento dos casos de câncer de pele. Estudos científicos identificaram que a redução de 1% na camada de ozônio pode aumentar em até 2% a incidência de câncer maligno de pele. Esse problema resultou em uma comoção mundial e estimulou o desenvolvimento de produtos de proteção solar cada vez mais tecnológicos e resistentes para garantir a prevenção de doenças à população.

Já nas últimas duas décadas, o enfoque jornalístico tem sido as mudanças climáticas. Antes denominada como aquecimento global, este impacto não só sofreu um “ajuste” de nomenclatura, como movimentou importantes laboratórios no entendimento dos possíveis resultados do aumento da concentração de gases efeito estufa na atmosfera. E os efeitos podem ser vários: mudança do regime de ventos e, consequentemente, do regime pluviométrico, descongelamentos irreversíveis de geleiras, aquecimento e resfriamento climático, além de alterações nas correntes marítimas com o aumento da temperatura média dos oceanos.

A grande questão é que os impactos ambientais não se limitam à destruição da camada de ozônio ou às mudanças climáticas. E para difundir esse conhecimento, desmitificamos de forma simples alguns outros impactos ambientais. Veja quais são eles!

Eutrofização

Esse impacto, infelizmente, está muito mais próximo de nós do que parece. Quem nunca passou por um rio poluído que levante a mão! O excesso de nutrientes lançados in natura nos corpos hídricos reduz a quantidade de oxigênio na água, em função dos processos de decomposição da matéria orgânica. Em casos extremos, como ocorre em alguns momentos nos rios Pinheiros e Tietê, é possível sentir um cheiro similar ao de ovo podre, pelas reações anaeróbicas que ocorrem pela ausência plena de oxigênio. As consequências desse impacto são a contaminação da água e do solo pela proliferação de bactérias, além da própria contaminação gerada pelo esgoto, e a perda de biodiversidade. Além disso, os sistemas de tratamento de água potável podem encarecer significativamente, por ter que remover todos os poluentes lançados e gerados.

Acidificação

A principal fonte desse impacto em centros urbanos é a queima de combustíveis que liberaram substâncias que alteram o pH das chuvas. A produção de alimentos também é outra importante atividade humana que pode gerar emissões de gases que contribuem significativamente para este impacto. A acidificação pode ter efeitos adversos em peixes, vegetação e outros organismos aquáticos. A acidificação também pode ocorrer nos solos, por meio da chuva ácida, potencializando a liberação de metais tóxicos, que são bioacumulativos em plantas e animais, pelo organismo não ser capaz de eliminá-los.

Formação Fotoquímica de Ozônio

Já sabemos que o ozônio na estratosfera (popularmente conhecido como camada de ozônio) filtra os raios ultravioletas que são tão nocivos aos seres vivos. Entretanto, o que é benéfico nas alturas, apresenta efeito completamente adverso quando presente no ar que respiramos. O ozônio tem característica oxidativa, podendo impactar plantas e o sistema respiratório de espécies animais. Ocasionado pela emissão de compostos orgânicos voláteis e por gases de combustão, o ozônio é formado por uma reação que exige presença de luz e, preferencialmente, pouco vento para que os poluentes reajam. No Brasil, as principais agências de controle ambiental monitoram o nível de ozônio do ar para classificar a sua qualidade.

Depleção de recursos abióticos e fósseis

Esse nome pode parecer complicado, mas talvez seja o impacto mais tangível, pois quantifica o esgotamento de recursos naturais minerais, fósseis e hídricos. Portanto, quanto maior a depleção, maior a probabilidade das futuras gerações não terem acesso a esses recursos.

Toxicidade humana

É o resultado da emissão de substâncias tóxicas no ar, solo ou água, como compostos aromáticos, metais, dentre outros, que podem causar problemas à saúde do homem quando inaladas ou ingeridas. De acordo com o INCA, cerca de 80% dos casos de câncer estão relacionados à exposição a agentes presentes nos ambientes onde se vive e estimativas mostram que 10,8% dos casos de cânceres em homens e 2,2% em mulheres surgem em função de fatores relacionados ao local de trabalho. A atividade de pintor é uma das que apresenta o maior risco de incidência de câncer.

Ecotoxicidade

Diz respeito ao impacto causado sobre ecossistemas terrestres por substâncias tóxicas emitidas para o ar, solo ou água. Algumas das consequências finais deste impacto são a redução da produção agrícola e biodiversidade da flora e da fauna. É válido ressaltar que diversas espécies têm níveis de tolerância a substância tóxicas bem inferior à humana, portanto, a atenção nesse caso é dobrada!

Fonte: cte