World of Concrete é marco de tecnologias construtivas

Dentro do maior evento sobre concreto do mundo, seminários, congressos e workshops debateram o futuro da construção civil.

Principal evento internacional dedicado ao concreto e argamassa, além de outros sistemas construtivos, o World of Concrete (WOC) promoveu de 23 a 26 de janeiro, em Las Vegas, no estado de Nevada-EUA, sua 44ª edição. Além da exposição de equipamentos inovadores para a construção civil, o WOC realizou paralelamente à exposição um amplo seminário sobre tecnologias construtivas, fundamentos de segurança e programas de treinamento que servem de referência mundial. Destaque para o workshop realizado pelo comitê ACI-ASCC 117 – Tolerâncias.

Esse comitê define as tolerâncias mínimas para lajes, paredes, colunas, vigas e escadas de concreto e está integrado à American Concrete Institute [Instituto Americano do Concreto] e à American Society of Concrete Contractors [Sociedade Americana de Empreiteiros de Concreto]. O objetivo do evento foi treinar o uso de scanners a laser para determinar conformidades com tolerâncias mínimas nestas estruturas. Do workshop saíram também as bases para a elaboração de uma norma técnica sobre equipamentos de scanner para estruturas de concreto.

O World of Concrete 2018 também apontou sete tendências para as quais a construção civil deverá estar atenta. A saber:

Automação 
Depois da impressão 3D para concreto, as máquinas autônomas que concretam tendem a começar a surgir no mercado. Em parceria com a indústria automobilística, um dos primeiros equipamentos a ser robotizado é a betoneira. A projeção é de que essas máquinas sejam programadas à distância pelas concreteiras, sem sofrer nenhuma interferência humana no canteiro de obras, com à descarga do material e dosagem.

Mão de obra

Os países desenvolvidos prevêem uma escassez cada vez maior de trabalhadores interessados em atuar na construção civil. Isso abre duas frentes: 1) As vagas serão ocupadas por imigrantes de países mais pobres; 2) Apenas a mão de obra qualificada, preparada para atuar em canteiros de obras automatizados, sobreviverá no mercado, elevando também os salários.

Construção industrializada

As estruturas pré-fabricadas e pré-moldadas tendem a ganhar ainda mais mercado em 2018. A rapidez que elas dão às obras, além de trazer ganhos ambientais e envolver menos trabalhadores no canteiro de obras, é apontada como vantagem irrefutável.

Dados em tempo real

A tecnologia que permite aferir dados e diagnosticar problemas em tempo real nas obras, compartilhando informações online com todos os envolvidos, é outro ponto que tende a avançar em 2018. Com isso, deverão crescer os apps para smartphones, voltados a agilizar essa troca de dados.

Produtividade

Os métodos de construção que impulsionem a melhoria contínua em todas as etapas da obra, do projeto ao acabamento, andarão na frente cada vez mais. No World of Concrete, números comprovaram que a busca pela produtividade no canteiro de obras faz a diferença.

Estruturas mistas de madeira e concreto

Pode parecer impossível que concreto e madeira possam formar estruturas de edificações, mas, sim, eles são viáveis e o mercado da construção parece cada vez mais propenso a unir esses materiais para viabilizar edifícios. A alegação é que a madeira reduz a pegada de carbono do concreto e produz edificações mais adequadas às certificações sustentáveis.

Estruturas resilientes

Desastres naturais, como furacões, tornados, terremotos, incêndios florestais e enchentes, exigem edificações que sejam capazes de suportá-las. O concreto está bem equipado para atender a esse chamado, sobretudo para a construção de casas. No WOC se ouviu muito a seguinte expressão: “Vamos construir estruturas de concreto que ainda ficarão em pé muitos anos depois de termos ido embora”. O tema é tão atual, que em novembro de 2018, em Cleveland-EUA, haverá um congresso apenas para tratar de estruturas resilientes de concreto.