O mercado da construção civil brasileiro em 2025 será marcado por desafios e oportunidades. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) indicam uma projeção de crescimento de 2,3% no PIB do setor em relação ao ano anterior, refletindo um ritmo mais moderado comparado à estimativa de 4,1% registrada para 2024.
A escassez de mão de obra, os juros elevados e o aumento de custos são fatores que devem impactar negativamente os números do setor no curto prazo. No entanto, tendências de inovação tecnológica e demanda latente por novos projetos sinalizam espaço para avanços significativos ao longo do ano.
Escassez de mão de obra e industrialização como resposta
A falta de trabalhadores qualificados permanece como um dos principais desafios do setor. Pesquisas realizadas pela Consultoria Tendências apontam uma rotatividade de 65,66% e dificuldades crescentes na atração e retenção de profissionais. Essa realidade tem pressionado os custos da mão de obra, que pode representar até 40% do total dos gastos em uma obra, gerando impactos diretos no preço final dos empreendimentos.
Como alternativa, a industrialização da construção deve ganhar maior relevância. A expansão do uso de soluções pré-fabricadas e modulares permitirá a redução da dependência de mão de obra intensiva, além de proporcionar maior eficiência no cronograma das obras e minimizar desperdícios de materiais.
Automação e tecnologia como diferenciais competitivos
A automação e a digitalização continuarão a moldar o futuro da construção civil. O uso de Internet das Coisas (IoT) em empreendimentos inteligentes já se consolidou como uma ferramenta essencial para otimizar o consumo de recursos como energia e água, além de facilitar a manutenção preditiva. A integração de sensores e inteligência artificial também promete agregar valor aos novos espaços construídos, tornando-os mais atrativos no mercado imobiliário.
Outro destaque é a expansão do Building Information Modeling (BIM), que deve ampliar sua aplicação no planejamento e gerenciamento de obras. Ferramentas como essa permitem maior precisão nos processos, reduzindo erros e aumentando a produtividade.
Sustentabilidade como diretriz estratégica
A incorporação de práticas sustentáveis seguirá como tendência central no setor. As diretrizes do ESG (Environmental, Social and Governance) devem influenciar a adoção de materiais inovadores, como concreto auto cicatrizante, madeira engenheirada e bioconcreto. Além de conferirem maior resistência às estruturas, essas soluções contribuem para a descarbonização da construção civil, alinhando-se às metas globais de sustentabilidade.
Adaptação e crescimento estratégico
Diante dos desafios impostos pela alta da taxa Selic, que pressiona o crédito imobiliário, o mercado deverá priorizar a viabilidade financeira dos projetos. Um planejamento criterioso, com foco na eficiência operacional e na qualidade das soluções adotadas, será crucial para equilibrar custos e garantir a rentabilidade dos empreendimentos.
A combinação de tecnologia, automação e gestão eficiente deve permitir que o setor mantenha um crescimento moderado, porém consistente, em 2025. A adaptação a novos cenários e a busca por inovação serão determinantes para superar os obstáculos e consolidar avanços no mercado da construção civil.